Que mulher! É uma das primeiras impressões que você pode ter ao saber um pouco mais sobre Juliana Aranda. Ela é empresária há 28 anos à frente da RU Uniformes em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, começando do zero e conquistando não só a liderança no setor têxtil, mas principalmente de seguidores pela suas convicções e conhecimento.
Por representar muitas instituições e pela determinação que transmite por onde passa, é claro que ela não passou despercebida. Tanto os partidos políticos como seus apoiadores a incentivaram a fazer parte do debate político por tudo que tem representado.
Foi então que aceitou ser candidata a deputada estadual pelo PRTB, com objetivo de trazer em foco as dificuldades e potenciais da área do empreendedorismo e empresarial. Por atuar na área de fabricação e venda, Juliana conhece bem os impasses e burocracia que as empresas enfrentam.
“Uma coisa que tem me motivado é essa insatisfação com tudo que a gente precisa e dificultam, porque há interesses individuais e nunca é o interesse da categoria, não tem ninguém com visão empresarial na Assembleia Legislativa para que nós possamos cada vez mais ajudar nossa cidade, o nosso Estado a ser referência nacional”, ressaltou.
Juliana Aranda faz parte da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Conselho da Mulher ACICG, Membro titular do COMSEP- Conselho Municipal de Segurança Pública do Município de Campo Grande na cadeira da ACICG, É uma Mulher BPW – Business Professional Women, também participa dos grupos de Mulheres de Asas, Mulher Girassol e dos grupos que Idealizou, Empreendedoras do MS e mulheres em Ação.
Visionária
Com a pandemia, muitos empresários foram pegos de surpresa e sem nenhum preparo para enfrentar as dificuldades para vender em meio à covid-19. Mas Juliana estava um passo à frente. “Antes da pandemia eu fiz um curso de MBI da Industria 4.0 do Senai CETIQT-RJ. Então eu estava preparando a empresa para os próximos 4 a 5 anos, e tudo isso veio à tona com a pandemia em praticamente 6 meses depois da especialização. Então para mim foi um pouco mais fácil porque eu já vinha buscando conhecimento, para colocar a empresa em outro patamar”, ressaltou.
Aranda é Adesguiana, Master Coach, formada em Gestão de Micro e Pequenas Empresas, Pós-Graduada em Negócios, MBA em Marketing pela FGV e especialização Master in Business Innovation (MBI) em Indústria Avançada: Confecção 4.0 – Integrando Tecnologia para projetar a Indústria do Futuro Senai-CETIQT-RJ, sendo a RU Camiseteria uma das poucas empresas do País a ter uma gestão com essa graduação.
“E quando fomos informados que as empresas teriam que fechar para o atendimento ao público, eu estava no sofá e pensei: meu Deus o que é que eu faço, com quase 50 pessoas dependendo de mim. Eu não posso fechar porque eu não tenho caixa suficiente para aguentar tanto tempo”, comentou.
“Então eu acordei no outro dia e tive a ideia de fabricar máscaras. Porque eu havia participado da maior feira Hospitalar em São Paulo há um ano e meio antes da pandemia para vender material para hospitais e levei máscaras personalizadas para odontologia e conforme anunciado na TV estava faltando a máscara N95 devido a alta demanda. Resolvi Fazer um vídeo e divulguei no meu Facebook que poderíamos deixar a N95 para os profissionais da área da saúde e na RU Uniformes começamos a fabricar máscaras de tecidos de vários modelos, inclusive personalizadas com a logo das empresas”.
“Somente depois de um tempo que os especialistas anunciaram isso na TV e eu já tinha divulgado isso porque na feira em São Paulo foi um sucesso nossos produtos. Foi então, que eu comecei a fabricar máscaras e percebi que outras pessoas também começaram a fabricar, só que o meu diferencial é que tinha um processo de corte muito rápido”, complementa.
“Então, eu fiquei sabendo relatos de pessoas que estavam rasgando o tecido, outros cortando na tesoura com mão e machucando os dedos e me coloquei a disposição para eles levarem na minha empresa para cortar. Nessa pandemia, nós cortamos 350 mil máscaras gratuitamente. Se eu tivesse cobrado um real eu teria um ganho de 350 mil reais, mas o objetivo nunca foi esse”, salienta.
Enquanto muitos empresários lamentavam os prejuízos, Juliana Aranda investia. “Nós começamos a fabricar roupas para hospitais e foi muito interessante que nossos funcionários ficaram muito energizados, todos muito animados e nós não tivemos problemas com a covid. A gente recebia tecido de hospitais, de vários lugares e meus funcionários na época ninguém pegou covid. Trabalhamos muito”, comenta.
Apoiar empreendedores
Aranda é uma mulher forte e guerreira, que venceu as dificuldades quando não se tinha tantas possibilidades como hoje. E caso seja eleita a deputada estadual poderá fazer muito para ajudar e incentivar empreendedores e empresários.
“Não tive nenhum apoio de financeiro de Investidores, busquei nas instituições Sebrae, Senai as informações e orientações que precisava para melhorar a gestão da empresa. Com Deus sempre a frente consegui manter a empresa com muita determinação, garra coragem. Eu não sou família tradicional de Campo Grande e hoje eu construi o nome Juliana Aranda, e com muito orgulho de falar da onde eu vim e de quem eu sou”, destacou a empresária.
Olhar humanizado
Juliana Aranda tem a sensibilidade e olhar humanizado para um todo, não somente focada na mão de obra, mas também para a família e necessidades de um trabalhador. Juliana representa tanto a força da mulher, dos empreendedores e empresários, além da importância de qualificar e incentivar os jovens.
“Nós precisamos de postos de saúde e hospitais com acesso à tecnologia para agendamento de consultas, exames, de escolas com ambientes qualificadas tanto para os nossos filhos, para os nossos netos, para os nossos funcionários, para os filhos deles. Tem tanta coisa para gente fazer. Estudar as leis que já existem e aplicá-las, adequá-las sem ficar criando mais e mais leis, temos que desburocratizar e não dificultar”
Não basta ajudar é importante proporcionar meios para as pessoas ter dignidade. “Assim que eu administro minha empresa há 28 anos, com um olhar muito humanizado, incentivando através da meritocracia. Precisamos do assistencialismo sim, com fome ninguém pensa, mas junto levar também possibilidade de sonhar e construir através do conhecimento uma vida melhor para todos. A gente precisa dar quando elas não têm e ensinar como elas podem ganhar com todo potencial que elas têm”.
Princípios
A empresária é uma mulher de princípios em prol da família e foi candidata a vereadora na última eleição, em 2020, sendo a mulher mais votada no PSL. “Neste ano, fui convidada por cinco partidos, mas escolhi o PRTB, aqui não tem verba, nem fundo eleitoral mas está alinhado com o que eu acredito, é importante que todos os partidos tenham pessoas corretas para entrar”.
História
Juliana nasceu em Mirandópolis, interior do Estado de São Paulo. Sua história em Campo Grande começou em 1974, quando sua mãe veio de trem, sem lugar para morar, trazendo uma bolsa, com sua filha de cinco meses no colo.
“Nunca tive uma vida fácil, passamos por desafios, mas sempre com Deus e minha mãezinha tudo foi possível. Dificilmente eu paro para pensar nas dificuldades, sou possibilista e aproveito as oportunidades do momento”.
Com 14 anos fez estágio na Caixa Econômica Federal, depois começou a trabalhar como atendente no comércio e com 18 anos começou a trabalhar no Banco HSBC. A história de empreendedora começou em 1993, com 19 anos e sua mãe que iniciaram fazendo uniformes do hospital.
“Eu adorei a ideia porque eu já gostava de vender, vendia Avon, Tupperware e no banco gostava muito de atender e ajudar os clientes, vendia títulos de capitalização, seguros e juntamos nossas economias para comprar as primeiras máquinas. Comecei atendendo os clientes do banco e do hospital”.
“Convidei meu namorado Arilson Aranda para investir no negócio e entrei de cabeça, corpo e coração, pedi demissão do Banco, casamos, mas sem conhecimento empresarial as dificuldades só aumentavam. Passamos por diversos momentos difíceis e sem experiência, pensei várias vezes em desistir, na verdade teve uma época que meu esposo foi transferido para São Paulo e mudamos para Jundiaí com nossa bebê, pensei em nunca mais trabalhar com uniformes”.
“Quando nosso segundo filho nasceu resolvi voltar e reativei o CNPJ, com muitos impostos atrasados, parcelei em 18 anos e vontade de vencer, e em dezembro comemoramos 29 anos de empresa e muitos planos”, disse Juliana.
Ao lado de seu esposo Arilson Aranda, Juliana é ministra da Eucaristia na Paróquia São Francisco e na capela da Santa Casa. “Participamos do Segue-Me, do ECC- Encontro de Casais com Cristo e nossas principais bandeiras são: Deus, Pátria, Família, Justiça e Liberdade”, pontuou.