Os dez integrantes da cúpula do Comando Vermelho (CV) que, segundo o governo Cláudio Castro (PL), ordenaram as barricadas e interdições em ruas do Rio de Janeiro em represália à operação da última terça-feira, devem ser transferidos nos próximos dias para presídios federais. Os pedidos de transferências já foram feitos e precisam ser aprovados pela Vara de Execuções penais do Rio de Janeiro, o que é esperado para esta quarta-feira (29).
Na foto obtida pela coluna com exclusividade, os membros da “comissão”, como se autodenominam os chefes da facção, aparecem dentro da galeria B7 de Bangu 3 já depois de serem informados da transferência. Em primeiro plano e olhando na direção da câmera está Marco Antonio Pereira Firmino, o My Thor, um dos principais chefes do Comando Vermelho, que está preso pela terceira vez há quase 20 anos, depois de dois outros períodos de encarceramento.
Considerado um dos mais importantes na cadeia de comando do CV. Em agosto de 2024, ele foi alvo de uma operação dentro da cadeia, suspeito de comandar comercializações de cocaína entre São Paulo e o Rio de Janeiro, mediadas por um empresário investigado pela polícia. Dez celulares foram apreendidos nas celas, onde alguns chegaram a ser quebrados pelos presos.
Ainda assim, continuava em Bangu 3, de onde a divisão de inteligência da polícia fluminense identificou terem partido as ordens para fechar as vias públicas com ônibus, caminhões e barricadas.
Alemão e Penha são alvos de megaoperação para conter avanço do CV
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Complexos do Alemão e da Penha são alvos de megaoperação para conter avanço do CV — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Objetivo é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV) Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Ação mobiliza 2,5 mil policiais e também promotores do Gaeco — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Ação visa capturar chefes do tráfico do Rio e de outros estados e combater a expansão territorial da facção — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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São cumpridos 51 mandados de prisão expedidos contra traficantes — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição fazem parte da operação — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Por causa da operação, 45 unidades de educação municipais fecharam as portas— Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Até o meio da manhã desta terça-feira, 23 pessoas foram presas e dez fuzis foram apreendidos na ação — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Operação deixou ao menos cinco mortos — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Entre os presos está o operador financeiro de Edgard Alves de Andrade, o Doca — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Um total de 67 pessoas foram denunciadas pelo crime de associação para o tráfico, além de três homens denunciados também por tortura — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Entre os mortos, há ainda dois suspeitos vindos da Bahia, afirmam as autoridades — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Os feridos estão sendo encaminhados ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio. — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
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A megaoperação deixou dois policiais civis mortos e ao menos outro sete agentes feridos. Na foto, Delegado da DRE chega baleado ao Hospital Getúlio Vargas — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
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Um policial sinaliza para que um motociclista volte durante a operação. — Foto: Mauro PIMENTEL / AFP
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Suspeito chega na Cidade de Polícia. — Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
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Policial durante megaoperação no Complexo do Alemão — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Megaoperação para conter avanço do CV no Alemão e na Penha. Na foto, a Estrada Grajaú-Jacarepagua fechada com barricadas — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Prefeitura fecha a Estrada Grajaú-Jacarepaguá por causa de barricadas com lixo posicionadas por criminosos — Foto: Giampaolo Braga
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Volta para casa no Rio foi antecipada em quatro horas, diz Centro de Operações — Foto: Foto Marcelo Theobald
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O crescimento do movimento de retorno teve início por volta de 12h. Normalmente, o aumento no fluxo de volta para casa começa às 16h. — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Ruas do Centro desertas às 17h30 com antecipação da volta para a casa — Foto: Alexandre Cassiano
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Foram 81 presos e 42 fuzis apreendidos na ação das polícias Civil e Militar — Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Operação mobiliza 2,5 mil policiais e promotores do Gaeco
Em março passado, sua defesa solicitou progressão de regime alegando que ele cumpriu grande parte da pena. O pedido foi rejeitado pela Justiça com base em relatórios da polícia civil que mostravam que mesmo preso ele continua liderando a facção.
Entre os outros presos que aparecem na foto também está Alexandre de Jesus Carlos, o Choque, apontado como chefe do tráfico em Manguinhos e classificado pela Justiça como de altíssima periculosidade. Em agosto passado, ele foi autorizado a realizar uma cirurgia no Hospital Samaritano, unidade de alto padrão em Botafogo, na Zona Sul do Rio, em uma operação paga com recursos próprios.
Os outros presos cuja transferência foi solicitada nesta terça-feira para presídios de segurança máxima são Wagner Teixeira Carlos, o Waguinho de Cabo Frio; Rian Maurício Tavares Mota, conhecido como Da Marinha e apontado pela polícia como operador de drones da facção; Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha; Agnaldo da Silva Dias, ou Naldinho, administrador da “caixinha” do Comando Vermelho; Fabrício de Melo de Jesus, o Bicinho.
Junto com eles no pedido de transferência estão três detentos que não são da “comissão”: Leonardo Farinazzo Pampuri, o Leo Barrão, Carlos Vinícius Lirio da Silva, ou Cabeça do Sabão, e Eliezer Miranda Joaquim, conhecido como Criam.
O pedido do governo do Rio é que My Thor, Choque e os outros sejam distribuídos em presídios diferentes para reforçar o isolamento. Quem define o destino de cada um, porém, é o governo federal, de acordo com critérios de segurança do próprio sistema penitenciário.
Segundo dados oficiais do governo do estado divulgados até o fechamento deste texto, a operação de ontem matou 64 pessoas e prendeu 81 suspeitos no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, atualmente considerado o “quartel-general” do CV no Rio.
O objetivo da ofensiva de terça era prender líderes do CV na região. O principal alvo, Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como líder da facção no complexo, não havia sido capturado até o fechamento da reportagem.
Dois aliados foram presos pela polícia: Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão do Quitungo e tido como braço-direito de Doca, e Nikolas Fernandes Soares, que seria seu operador financeiro.

