Um terço da população da Amazônia Legal já foi afetada pela crise climática

por Assessoria de Imprensa


A crise climática já é realidade na Amazônia legal e afeta o cotidiano e a saúde de seus habitantes. É o que revela o levantamento “Mais Dados Mais Saúde – Clima e Saúde na Amazônia Legal”, realizado pela Umane e pela Vital Strategies, com apoio do Instituto Devive.

A pesquisa, publicada nesta quarta-feira (8/10), aponta que um terço dos moradores da região (32%) afirmam ter sido diretamente afetados pelas mudanças climáticas. Esse número aumenta para 42,2% para aqueles que se identificam como parte de povos e comunidades tradicionais — indígenas, quilombolas, ribeirinhos, seringueiros, entre outros. 

O estudo mostra, ainda, que nove em cada 10 moradores da região acreditam que as mudanças climáticas estão ocorrendo no Brasil e no mundo nos últimos dois anos (88,4%) e que o país já está vivenciando um aquecimento global (90,6%).

Foram ouvidas mais de 4 mil pessoas entre maio e julho de 2025, incluindo habitantes dos nove estados abastecidos pela bacia do Amazonas — Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins —, incluindo grupos de comunidades isoladas.

A pesquisa também avalia como o aquecimento global impacta o cotidiano dos moradores da Amazônia Legal. Entre os principais fatores listados estão o aumento da conta de energia elétrica (83,4%), o aumento da temperatura média (82,4%), o aumento da poluição do ar (75%) e o aumento da frequência de desastres ambientais (74,4%). 

Quanto à percepção de eventos climáticos nos últimos dois anos, segundo o relatório, 64,7% da população da região relata ter vivenciado ondas de calor, com a temperatura  acima da média local. Um total de 29,6% cita os eventos climáticos, a seca persistente, agravada por mais calor e menos chuva; 29,2%, os incêndios florestais com fumaça intensa impactando as atividades diárias; 28,7% dizem conviver com desmatamento ambiental; e 26,7%, piora da qualidade do ar.

Além disso, 19,9% dos participantes relatam uma piora na qualidade da água e 17,1% apontam problemas na produção de alimentos. A população que se identifica como parte do povo ou comunidade tradicional expõe que a piora da qualidade da água e na produção de alimentos foi ainda maior (24,1% e 21,4% respectivamente). 

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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