Um mês após operação mais letal do Rio, organizações denunciam falhas graves e cobram medidas do STF

por Assessoria de Imprensa


Em marco de um mês da Operação Contenção, que deixou 121 mortos no Alemão e na Penha, 16 instituições — entre elas a DPU, Educafro, Iser, Movimento Negro Unificado, o Laboratório de Direitos Humanos da UFRJ e Conectas — enviaram ao ministro Alexandre de Moraes uma manifestação denunciando falhas graves nas ações policiais e cobrando medidas urgentes do STF.

O documento, apresentado no âmbito da ADPF 635, aponta que a operação ocorreu com baixíssimo uso de câmeras corporais — apenas 10% dos policiais civis e 34% dos militares estavam com bodycams, apesar de o governo fluminense ter garantido ao STF que toda a tropa estaria equipada.

As entidades também denunciam que nenhuma arma oficial usada pelos agentes foi recolhida ou periciada, o que impede confronto balístico e compromete a apuração das mortes. Segundo elas, mesmo quando armas do Estado passam por perícia, elas não são registradas no banco nacional de balística, ampliando o risco de apagamento de provas.

A manifestação ainda relata que a operação realizada esta semana na Maré repetiu o mesmo padrão: helicópteros usados como plataforma de tiro, escolas e universidades atingidas por disparos, três mortes sem perícia de local e dificuldade de famílias em localizar corpos — entre elas, a de um vendedor alvejado enquanto trabalhava e de um menino de 12 anos baleado dentro da escola.

Para as entidades, a sucessão de episódios confirma um padrão estrutural de violações na política de segurança do Rio. Elas pedem que o STF determine a perícia imediata das armas usadas na Contenção, esclarecimentos sobre o baixo uso de câmeras e informações detalhadas sobre a operação na Maré.



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