Direção cita pauta extensa e diz que retomará diálogo nesta terça para tentar desmobilização

Sem-terra mantiveram a ocupação da sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) nesta segunda-feira (24), em Campo Grande, após a direção não chegar a acordo durante reunião que tentou definir a desocupação. A chefia do órgão discutiu a saída do grupo ao longo da tarde e relatou que as conversas não avançaram.
Sem-terra ocupam a sede do Incra em Campo Grande após reunião sem acordo para desocupação. O grupo, composto por cerca de 100 pessoas, reivindica a definição de data para vistoria da Fazenda Lago Azul, cujo processo de desapropriação está paralisado há dois meses. A direção do órgão reconhece a legitimidade das demandas, mas aponta sua complexidade e necessidade de envolvimento de outras áreas do governo federal. Nova reunião está marcada para esta terça-feira, buscando uma resolução pacífica para o impasse. Os manifestantes aguardam também avanços em processos relacionados a terras da usina Quebra Coco e Fazenda Santa Rita do Ipê.
A direção informou que retomará o diálogo na manhã desta terça-feira (25) para buscar consenso.
O adjunto do Incra, Adilson Santos, afirmou que a pauta entregue pelos manifestantes é extensa e inclui temas que já estavam em discussão entre o órgão e o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário). “Eles apresentaram uma pauta extensa de reivindicações. São legítimas, mas complexas e de difícil resolução no curto prazo”, disse. “Várias delas já estavam sendo tratadas pelo Incra e pelo MDA, e já informamos às famílias”, afirmou.
Santos explicou que parte das demandas não depende apenas do Incra e envolve outras áreas do governo federal. Ele destacou que a direção está pactuando ponto a ponto como cada item poderá ser solucionado. Ele confirmou que as equipes do órgão tentarão avançar nas negociações nesta terça-feira para buscar uma saída pacífica.
Estanislau Duarte, do Movimento Dorcelina Folador, confirmou ao Campo Grande News que uma nova reunião está marcada para a manhã desta terça (25). “Esperamos uma resposta positiva, já que nossa pauta foi formalizada”, disse ao telefone.
Conforme já noticiado, cerca de 100 pessoas ligadas a acampamentos rurais chegaram ao prédio por volta das 6h e montaram estrutura com bandeiras, alimentos e fogão para permanecer no local ao longo do dia. O grupo exige que o Incra apresente por escrito a data e o horário da vistoria da Fazenda Lago Azul, cujo processo de desapropriação estaria parado há cerca de dois meses. Os acampados afirmam que não deixarão o prédio enquanto o órgão não fixar o cronograma.
As famílias reivindicam a área desde 2023, quando ocuparam trecho da MS-010, e também aguardam avanço em processos referentes a terras vinculadas à usina de Quebra Coco e à Fazenda Santa Rita do Ipê, em Terenos.
As lideranças afirmam que outras regiões, como Campo Grande, Corguinho, Ribas do Rio Pardo e Sidrolândia, já passaram por vistoria e dependem apenas de pagamento ao proprietário. Os movimentos afirmam que a ocupação no Incra busca evitar atos mais drásticos, como bloqueios de rodovias.
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