Saúde amplia uso do medicamento Emicizumabe para crianças de 0 a 6 anos

por Assessoria de Imprensa


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou, nesta sexta-feira (24/10), durante coletiva em Brasília, a incorporação do uso do medicamento Emicizumabe para crianças de 0 a 6 anos com hemofilia A — um distúrbio genético hereditário que causa problemas na coagulação do sangue devido à deficiência ou anormalidade do fator VIII de coagulação e que requer constante acompanhamento. 

De acordo com a pasta, o medicamento, que já está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para outras faixas etárias, tem potencial para beneficiar mais 1.038 pacientes com hemofilia infantil. Além de reduzir em mais de 90% os episódios de sangramento causados pela doença, o remédio também diminui hospitalizações, previne sequelas articulares e garante mais conforto, segurança e qualidade de vida às crianças e suas famílias. 

“Hoje damos mais um passo importante no cuidado às nossas crianças com hemofilia A. Com a mudança no protocolo, será possível oferecer um tratamento mais moderno, seguro e humanizado, com aplicação subcutânea semanal, evitando o sofrimento de procedimentos endovenosos frequentes. Essa medida, somada a novos investimentos em hemocentros e equipamentos, reforça o compromisso do SUS com o tratamento especializado e com a qualidade de vida das crianças e de suas famílias”, ressaltou Alexandre Padilha.

Em apoio à decisão, o Ministério da Saúde promoveu, hoje, uma mobilização nacional com a participação de hemocentros, associações de pacientes e profissionais de saúde em seis estados, Pernambuco, Ceará, Paraná, Rio de Janeiro, Pará e Bahia, além do Distrito Federal.

O ministro também fez alusão ao alto custo do medicamento para quem possui essa condição genética. Se não fosse o SUS, as famílias teriam que arcar por ano com cerca de R$ 350 mil com essa medicação, consolidando o Brasil como o maior país do mundo a oferecer o tratamento gratuito, comemorou Padilha.

O Emicizumabe é aplicado por via subcutânea, de forma semanal, substituindo o tratamento intravenoso frequente com o Fator VIII recombinante. A proposta de incorporação do medicamento já foi analisada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que emitiu parecer preliminar favorável à oferta do remédio.

Qualidade de vida

Padilha reforçou que o uso do Emicizumabe busca otimizar o tratamento para crianças na primeira infância, reduzindo o sofrimento causado pela doença e diminuindo, significativamente, a probabilidade de geração de inibidores (anticorpos inibidores) que surgem a partir da exposição precoce ao fator VIII. 

Também presente no evento, Joana Brauer, diretora de Comunicação da Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia e mãe de dois garotos com o distúrbio, confirmou a importância do medicamento na vida quem tem a doença hemorrágica. 

“Incorporar o Emicizumabe, ampliá-lo para crianças, vai trazer uma transformação imensurável. A gente não está falando só de um acesso mais facilitado, estamos falando das mães e das crianças conseguirem, de fato, aderir ao tratamento”, enfatizou. 

Brauer falou ainda sobre como o medicamento irá reduzir a sobrecarga, principalmente, emocional de crianças que sofrem com a doença. “Temos pesquisas que mostram que a hemofilia impacta, sim, não só fisicamente, mas emocionalmente. É ansiedade, é medo, é sempre planejar”, comentou. 

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro


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