Condenado a nove anos de prisão em regime fechado pelo crime de estupro, Robson de Souza, o Robinho, 41, foi transferido nesta segunda-feira (17) para o Centro de Ressocialização de Limeira, no interior de São Paulo.
Desde março do ano passado, ele cumpria sua pena na Penitenciária 2 de Tremembé, famosa por abrigar condenados em casos de grande repercussão.
A unidade prisional, no entanto, passará por uma mudança em sua administração e abrigará somente detentos em regime semiaberto. A maioria daqueles que cumprem sentenças em regime fechado será realocada para a cidade de Potim.
Em nota, a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) confirmou a transferência, mas informou que a mudança foi feita a partir de um pedido da defesa de Robinho.
Recentemente, o ex-jogador havia tido negado um pedido que fez à Justiça, por meio de seus advogados, para ser colocado em outro presídio. A intenção era buscar um lugar em que ele pudesse ter contato maior com seus familiares.
Em Tremembé, a administração tem como principal objetivo promover um ambiente seguro para os presos e oferecer alguns cursos. Ao indicar Limeira como uma de suas opções, Robinho buscou um local com histórico de trabalho voltado à ressocialização.
No final do mês passado, am um vídeo de autoria do Conselho da Comunidade de Taubaté, entidade que se propõe a promover inclusão e emprego a reeducandos, o ex-jogador contou parte de sua rotina na prisão e afirmou que não recebe nenhum tipo de tratamento diferenciado na cadeia.
“A alimentação, o horário em que durmo, é tudo igual aos outros reeducandos. Nunca comi nenhuma comida diferente, nunca tive nenhum tratamento diferente. Na hora do meu trabalho, faço tudo aqui o que para todos os outros reeducandos também é possível de fazer. Quando a gente quer jogar um futebol, é liberado quando não tem trabalho no dia de domingo”, disse.
Em seu relato, Robinho também contou que costuma receber sua mulher e seus filhos nos dias de visitas, aos sábados ou aos domingos. Segundo ele, as visitas de Robson Junior, 17, seu filho mais velho, são menos frequentes por causa da rotina como jogador do Santos —ele ingressou nas categorias de base do clube da Baixada em 2022 e estreou na equipe profissional em julho deste ano.
“Quando minha esposa não vem sozinha, vem com meus filhos. O mais velho joga, e os dois mais novos podem vir. A visita é igual, e o tratamento é igual para todo o mundo”, disse o ex-jogador.
Condenado na Itália a nove anos de prisão em regime fechado pelo crime de estupro, o ex-atleta do Santos e da seleção brasileira está preso desde março de 2024, após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) ter homologado a sentença e determinado o cumprimento da pena no Brasil. Ele nega o crime.
Em agosto deste ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria de votos contra o pedido de liberdade de Robinho.
De acordo com a Justiça italiana, Robinho e cinco amigos praticaram violência sexual contra uma jovem albanesa em uma boate, em 2013. No local, ainda segundo a Justiça italiana, a vítima foi embriagada por eles e, inconsciente, levada para o camarim do estabelecimento, onde foi estuprada várias vezes.
O ex-jogador foi condenado em 2017 a nove anos de prisão pelo estupro coletivo. Em 2022, a sentença foi considerada definitiva, sem possibilidade de novos recursos. No Brasil, após o reconhecimento da sentença pelo STJ, a defesa do ex-jogador protocolou dois pedidos de habeas corpus.

