Rinaldo da Rocha Nunes é empresário em vários setores, como combustíveis, hotelaria, pecuária e silvicultura de eucalipto. Ele atua na cultura e reprodução de árvores florestais, contribuindo para a regeneração de florestas. No entanto, para chegar até aqui, Rinaldo teve uma longa história de superação.
Tudo começou em uma cidade chamada Mantena, em Minas Gerais, um local pequeno que serve de passagem para quem vai de Minas para o Espírito Santo. Mas, com sete meses, seu avô ganhou uma área no Mato Grosso para colonizar e trouxe a família para cá. Ele, seus pais, seus avós e mais dez famílias vieram todos amontoados em um caminhão pau-de-arara. Esse meio de transporte é irregular, mas ainda é muito utilizado no Nordeste.
Eles firmaram residência em Jauru/MT, onde a vida de Rinaldo mudou completamente. Com nove meses de vida, ele contraiu poliomielite e, para escapar dela, foi uma grande batalha. “Quando saí da poliomielite, carreguei várias sequelas comigo. Tenho várias placas na perna que me ajudam a andar hoje em dia. Até os sete anos, eu não conseguia andar e tinha que me rastejar. Aos sete anos, fomos para Belo Horizonte para fazer uma cirurgia em um hospital de referência, o Hospital da Baleia. Comecei a andar com muletas e foi assim até os 15 anos”.
Rinaldo e sua família voltaram ao Mato Grosso, onde passou sua adolescência em Reserva do Cabaçal/MT. Rinaldo queria acompanhar seus colegas e deixou as muletas de lado para levar uma vida normal como eles, jogando bola e nadando. Mas o grande sonho dele era aprender a andar de bicicleta. “Esse foi o meu primeiro grande desafio: subir em uma bicicleta e sair pedalando por aí. Eu caía e levantava, mas nunca desistia. Foram mais de cem quedas até finalmente conseguir aprender.”
Rinaldo vem de uma família muito humilde, com oito irmãos. Seu pai era carroceiro, transportando carga e leite de vaca do sítio, enquanto sua mãe era costureira. “Todos os meus irmãos aprenderam a trabalhar no campo, mas eu não tinha como ir com eles. Então, fiquei em casa ajudando minha mãe, costurando botões e fazendo bainhas. Conforme fui crescendo, quis estudar mais. Infelizmente, na minha cidade natal, isso não era uma possibilidade. Então, decidi estudar em um seminário. Nunca quis ser padre, mas minha mãe, muito católica, queria que pelo menos um dos filhos se tornasse padre.”
A partir daí, Rinaldo mudou-se para Mogi Mirim, em São Paulo, onde começou a estudar no Seminário Franciscano do Mirante. “Morei lá por um ano antes de ser transferido para Santa Catarina, onde morei por dois anos em uma cidade chamada Santa Maria, perto de Blumenau.” Depois disso, ele passou mais alguns anos em um seminário, mas decidiu que não queria ser padre e começou a estudar contabilidade. “Como já tinha me especializado em contabilidade, voltei para Reserva do Cabaçal/MT, mas as vagas de emprego eram escassas. Então, um amigo que conheci ainda no Mato Grosso me disse que estava se mudando para Ribas do Rio Pardo/MS para trabalhar em uma siderúrgica”.
Tudo isso aconteceu em 1989, e Rinaldo tinha 19 anos. “Trabalhei com ele como auxiliar de contabilidade na siderúrgica por sete meses e quando saí, a empresa entrou em concordata”. Mas como o futuro empresário construiu bons relacionamentos na cidade, começou a trabalhar como auxiliar em uma empresa e logo assumiu a gerência, permanecendo por três anos.
Depois disso, Rinaldo decidiu empreender. “Percebi que trabalhando como empregado, eu não conseguiria ajudar as pessoas que eu queria ajudar”. “Aprendi ainda no seminário a ajudar o próximo e hoje, além de ajudar o seminário, ajudo mais cinco
instituições. Tenho muitas ações minhas em Campo Grande, no lixão de Cotolengo, em Ribas… então acredito que temos que ganhar dinheiro, mas não há salvação sem ação. Com muita gratidão a Deus e muita humildade, sou quem sou hoje”.
Ribas de Rio Pardo
Rinaldo começou a empreender aos 22 anos de idade. “Sou muito grato por esta cidade. Hoje é o melhor lugar do Brasil e do mundo para se investir. A cidade está recebendo a maior indústria de celulose do mundo e eu me preparei morando lá, e com isso, meus negócios triplicaram”.
Start da Virada
Como teve dois empregos na vida, Rinaldo sempre aprendeu muito por onde passou. E aos poucos, a veia empreendedora aflorou. “Sempre analisei a cidade e entrei em um mercado de compra e venda – carvão – e com isso, comecei a produzir carvão e a vendê-lo para as siderúrgicas. Aí, comprei as carretas para transportá-los, nada foi do dia para a noite. Minhas carretas precisavam abastecer. Comprei meu primeiro posto há mais de 20 anos. Resumindo: fui agregando negócios ao meu primeiro negócio.”
Com 20 e poucos anos, Rinaldo teve o primeiro filho com a esposa Eliane – Rinaldo Júnior – que, infelizmente, com dois anos de idade, faleceu após um acidente causado por Rinaldo. “Ao sair de casa, não vi meu filho e passei com o carro em cima dele. Ele morreu na hora. Perdi meu tudo. Perdi meu chão. Perdi minha vida.” Rinaldo teve que aprender os desígnios de Deus e percebeu que o tempo de convivência com seu filho, infelizmente, terminou. “Perdi meu filho por um acidente que eu mesmo causei”. Depois que aceitou o ocorrido, Rinaldo e sua esposa continuaram a batalha, e logo tiveram dois filhos: Vitória (24 anos) e Vitor (22 anos). Ambos estão concluindo a graduação em Medicina. “Comprei mais empresas, mais postos de gasolina, e sítios. E foi assim que fui conquistando o que tenho hoje”.
Para os jovens, Rinaldo diz: “Nunca desistam dos seus sonhos. Vim de uma família humilde, vim da roça, e se eu consegui, você também consegue. É só acreditar muito em Deus, e depois em você”.
Fé!
Deus está presente na vida de Rinaldo sempre. “Temos que dedicar um momento com Ele. Com o Senhor, consegui superar todos os desafios que foram impostos em minha vida. Todas as pessoas precisam ter e acreditar em Deus”, finaliza Rinaldo.
Contatos:
Telefones: (67) 32381482 / (67) 32381574