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Quem está por trás do sucesso da Tropicana?

by Vinicius Bracht

Milene Falleiros Pires é nascida e criada em Campo Grande, tem 35 anos e é mãe de um menino de três anos que é autista. Como graduação, escolheu o jornalismo, porém não atua na área. Concluiu a faculdade em Curitiba, no Paraná, aos 20 anos, e mesmo na capital paranaense, trabalhou como representante comercial.

Cansou do frio paranaense e retornou para Campo Grande para trabalhar em uma loja de shopping. “Gerenciei loja e esse foi o grande aprendizado para que, futuramente, eu pudesse abrir o meu negócio”, lembra Milene.

Quem trabalha em shopping, sabe que não é fácil. Milene foi só mais uma prova viva de que trabalhar nesse segmento, não é um mar de glória. Mas ela teve toda base que precisou para se tornar uma empresária de sucesso.

Mas antes, ela que sempre teve espírito aventureiro, decidiu ir para Fortaleza/CE. “Fiquei cinco meses indo para a praia e falei: não, assim não dá. Vou fazer o que eu sei fazer, que é vender”. Milene acabou voltando para o shopping na capital cearense. Mas a estadia da jovem lá foi curta, pois os pais precisaram dela em Campo Grande e ela precisou retornar.

Quando voltou, Milene foi em busca da loja que trabalhava em Fortaleza, pois eles tinham uma filial aqui, e ali ela arrumou um emprego e permaneceu por um ano. “Os donos eram os mesmos, então foi mais fácil”.

Passou um ano, Milene demonstrou o interesse em empreender. “Na verdade, a jovem sempre teve esse desejo, mas achava que ainda não era a hora”. No momento certo, veio a Tropicana.

A Tropicana é uma loja temática, conceitual, que tem referências da época em que Milene morou em Fortaleza. “Estampas, roupas leves, fluídas, trazer essa vibe tropical para Campo Grande, mesmo aqui não tendo praia, somos um país tropical”.

O início da loja foi em dezembro de 2017, no Comper da Rua Brilhante. Depois de um ano, Milene abriu a segunda unidade, que fica localizada na rua Oliva Enciso, 345 – na Mata do Jacinto.

Veio a Pandemia, e então, a loja da Brilhante precisou ser fechada. “Lá se enquadrava no sistema de shopping, e eu não podia manter a loja aberta, mas tinha que continuar pagando o aluguel da sala”. Milene lembra que teve que tomar uma decisão superimportante e difícil nessa fase. “Eu tive que pensar qual loja fechar, se a do Comper ou a da Mata do Jacinto e eu não queria demitir ninguém da minha equipe. Então, eu precisava relocar tudo em uma das lojas”. E assim fez.

A empresária optou por fechar a da Brilhante. “Coloquei as duas funcionárias para somar à equipe da outra loja, reuni a equipe e falei: a situação não é facil, mas só temos uma alternativa: dobrar o faturamento da loja para que todos continuem trabalhando”.

A loja na Mata do Jacinto também precisou ficar fechada enquanto a cidade decretou que todo comércio fechasse as portas, mas mesmo fechadas, Milene não parou. “Fazíamos umas lives, já que era a febre do momento. Fizemos bastante ações promocionais. Lembro até que tínhamos um boleto de R$ 9.000,00 para pagar. Com tudo fechado, só usando essa estratégia do online, conseguimos”, lembra.

Lembrando um pouco do passado ainda, Milene comenta o fato de que quase faliu por duas vezes – uma no pós-parto e depois na pandemia. “Mas, a minha fé é grande e as duas vezes eu me reergui, me reinventei e hoje estou aí”.

O crescimento da Tropicana foi durante a pandemia do coronavírus. Milene não sabe de fato o motivo, mas percebeu esse ‘boom’ durante esse período. “Não sei se foi pelo fato de que muitas lojas fecharam, e quem continuou, acabou entrando em evidência”. Em 2018, quando ainda existia as duas lojas, o número de funcionários era de cinco no total. Hoje, em 2022, 13 funcionários registrados e 2 motoboys que fazem entregas na região. “Não preciso falar em números, mas o meu faturamento aqui hoje, é o equivalente a 15 lojas há dois anos”.

“Isso tudo é pelo fato de não desistir. Depois, constância nas redes sociais, pois trabalhamos com novidades todos os dias. Todos os dias chegam produtos diferentes”.

A loja física abre de segunda a sabado, mas às segundas-feiras, o horário de funcionamento é das 9h às 18h; e de terça a sábado, das 9h às 19h.

Quando a empresária fala dos clientes, os olhos brilham. A clientela da Tropicana é fiel. Tem cliente que vem de três a quatro vezes na semana só para buscar a novidade que chegou. “A gente conhece praticamente todas as pessoas que pisam aqui na loja. Todos os dias vêm clientela nova, e depois que vem a primeira vez, se torna cliente”.

Redes Sociais

Atualmente, a empresa que quer manter as boas vendas precisa ter um gerenciamento claro nas redes sociais. Quem acessa as redes sociais da Tropicana (@tropicanacg), se depara com quase 85 mil seguidores. Olhando assim, são apenas números, mas lembre-se que eles têm apenas cinco anos de loja e todos os seguidores foram conquistados organicamente – ou seja, não necessitou fazer a compra de usuários.

Milene tem duas pessoas qualificadas que atualizam constantemente as redes sociais com as novidades que chegam na loja. O planejamento é feito e quando você acessa, o feed é harmônico. As cores e as peças falam por si só, e a grande sacada da Tropicana é essa constância e harmonização, ainda mais quando humanizam os posts – trazem mais perto da realidade de cada cliente. (Só um comentário: enquanto a equipe da Revista AL.SO fazia a entrevista e as fotos, às 8h30 da manhã de uma segunda-feira, às 9h, quando a loja abriu, entrou na Tropicana 4 clientes que viram roupas no Instagram durante o fim de semana).

“Trabalhamos muito bem as redes sociais para que possamos trazer até a loja, quem nos vê no mundo virtual”.

O sucesso da Tropicana não é só online. O boca-a-boca ainda faz toda a diferença. “O principal marketing é o boca-a-boca, seja ele positivo ou negativo. Ele nunca vai deixar de existir”.

“Se você não estiver o tempo todo pensando em novidades, estratégias, em fazer algo diferente, tem gente que abre loja todo dia. E o povo gosta de coisas diferentes. Se você ficar na mesmice, você vai estar fadado ao fracasso”.

A formação em jornalismo fez com que Milene compreendesse melhor esse lado do marketing e comunicação do próprio empreendimento.

Quando a Tropicana começou, o Instagram não era forte. “Eu lembro que eu abordava as pessoas na frente da loja e pedia para que me seguisse”.

Planos para o futuro

Milene não pensa em abrir uma filial da Tropicana, mas os planos são excelentes para a empresária. “Eu quero fazer uma nova loja Tropicana, que seja a mais bonita da cidade. Quero trazer um novo conceito. Novidade mesmo, mas não quero perder as minhas raízes”, finaliza.

Tropicana Modas

Rua Oliva Enciso, 345 – esquina com o Parque do Sóter

Instagram: @tropicanacg

Loja Online: www.instabio.cc/tropicanacg

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