A Prio, “junior oil” carioca que costumava se chamar PetroRio e fez aquisições em série nos últimos anos, acaba de receber a mais aguardada das licenças ambientais para sua estratégia: após longos meses de espera, o Ibama concedeu a licença de instalação que permitirá, enfim, a interligação entre os poços do campo de Wahoo (Bacia de Campos) e um navio-plataforma no campo vizinho de Frade.
Em relatório divulgado na semana passada, o Itaú BBA previu que a produção de Wahoo deve começar em abril de 2026, a partir de quatro poços, e somar cerca de 40 mil barris por dia — um aumento de 44% na produção da companhia, considerando os números de agosto.
Em fato relevante divulgado na noite desta segunda-feira, a Prio estimou que o “first oil” de Wahoo deve ser extraído “entre março e abril”.
“Os poços injetores serão perfurados e conectados em seguida. O custo total do desenvolvimento está estimado em US$ 870 milhões, após as mudanças de cronograma e de escopo do projeto ao longo de sua concepção e execução”, acrescentou a companhia no fato relevante, citando cifra que equivale a R$ 4,7 bilhões.
Com a licença emitida, a empresa disse que já vai começar a construção submarina e do chamado “tieback” — grosso modo, a tubulação que ligará os poços ao FPSO (sigla do jargão petrolífero para navio-plataforma). Ainda segundo a Prio, a embarcação que fará o lançamento da linha rígida chegará ao Brasil no mês que vem.
Em junho, o CEO da companhia, Roberto Monteiro, contou à coluna que a Prio comprou Wahoo “oportunisticamente, na pandemia, da BP”.
“Com a Covid, eles estavam muito pessimistas com o futuro do petróleo, então conseguimos um ótimo preço. Só agora vamos vê-lo produzindo. Ele será interligado a Frade (tieback, no jargão do setor), um dos nossos campos queridinhos”, disse na ocasião.