Lula desistiu de usar a cerimônia de posse de Guilherme Boulos para falar pela primeira vez sobre a operação que resultou em pelo menos 119 mortes no Rio de Janeiro. A informação de que ele deveria falar no evento, publicada aqui, foi fornecida ao blog por assessores do governo.
A decisão de não falar foi tomada antes de o presidente descer para a posse, que ocorreu com atraso de quase uma hora. As falas ficaram restritas a Boulos e ao secretário que deixou o cargo, Marcio Macêdo. Nenhum dos dois falou sobre a operação no Rio.
A avaliação que prevaleceu é que a fala poderia incendiar a disputa política. Havia ainda temor de que o presidente cometesse outro ato falho, como o da viagem à Malásia, quando chamou traficantes de “vítimas dos usuários”, que seria explorado pela direita.
Como informei mais cedo, o governo tem tomado cuidado para não deixar o episódio “cair no colo” de Lula. O ruído ocorrido horas antes na entrevista conjunta entre o ministro Ricardo Lewandowski e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também irritou o entorno do presidente, que ficou descontente com o fato de o delegado ter deixado escapar que houve um pedido, em escalões inferiores, de participação da PF na operação.
O governo tem acompanhado por meio de pesquisas a reação da população à operação no Rio. Até aqui, o apoio à ação do governo Claudio Castro é majorit
