Postura de Lula na Colômbia foi correta

por Assessoria de Imprensa


Na reunião da CELAC, que reúne países da América Latina e do Caribe, realizada na Colômbia, o presidente Lula comentou sobre o uso da força militar na região – sem se referir diretamente ao presidente americano Donald Trump -, e fez bem de tocar nesta questão, porque ela representa uma ameaça. Não se trata de se comprometer com o regime da Venezuela, mas, sim, defender a região de ataques de outros países. Acho que foi adequado o discurso dele.

O que ficou ruim foi que o embaixador Mauro Vieira disse que a viagem à Colômbia seria de solidariedade à Venezuela. Ele é um diplomata experiente e é surpreendente que tenha escolhido tão mal a palavra. Solidariedade, neste caso, significa estar do lado da Venezuela. Estamos do lado da proteção da região, sem entrar no mérito se há narcotráfico ou não, se Maduro é ditador ou não. A questão é que não se pode ficar ameaçando os países. Esta é a defesa que Lula faz, e corretamente. Não dá para ser solidário a um ditador e a um regime completamente ilegítimo. A distinção é esta; uma pena que nosso embaixador tenha errado a palavra.

O governo brasileiro não tem mais boas relações com a Venezuela e Lula se ofereceu a Trump para ser mediador da tentativa de invasão. É como o Brasil pode se pronunciar na questão. Porque se houver a invasão dos EUA à Venezuela, vamos ser obrigados a apoiar a Venezuela. Não digo nem militarmente, mas retoricamente. Não se pode ser a favor da invasão de uma superpotência a um país da sua região – seria uma admissão que você pode ser invadido também. É uma situação delicada, que precisa ser enfrentada, apesar da ilegitimidade de Maduro. Da mesma maneira, não se pode apoiar uma invasão a Cuba, apresar de ser uma ditadura e um governo ilegítimo. Ou vira bagunça, quem tem mais força invade o outro, como a Rússia invadiu a Ucrânia. E é por isso que Lula não deveria ser a favor da Rússia.



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