Planeta precisaria de mais de 1 bilhão de hectares para remover o gás carbônico

por Assessoria de Imprensa


O relatório The Land Gap Report 2025, publicado pela Universidade de Melbourne, nesta quinta-feira (13/11), apontou que seria necessário mais de 1 bilhão de hectares para remoção de carbono baseada na terra  para bater as metas climáticas da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada). Em termos de comparação, a área supera a extenção territorial da China. 

Segundo o estudo, as nações falham em reduzir as emissões de carbono, pois em vez de focar em deter e reverter o desmatamento e a degradação florestal, promovem esquemas irrealistas, como o plantio de árvores em larga escala. 

A universidade ressalta que a dependência de remoções de carbono baseadas em terra tem aumentado, subindo de 990 milhões de hectares no final de 2023 para os atuais 1,01 bilhões de hectares em novembro de 2025.

Aproximadamente metade da área (441 milhões de hectares) seria para conversão de terras para atividades como reflorestamento, plantações e culturas energéticas para Captura e Armazenamento de Carbono por Bioenergia (BECCS). Essa conversão de terras poderia colocar em risco a produção de alimentos, ameaçar a biodiversidade e perturbar os meios de subsistência. 

A pesquisa indica que os principais países que mais dependem da remoção de dióxido de carbono baseada na terra (CDR) são Rússia, Arábia Saudita, Estados Unidos e Canadá — representam 70% da área total global exigida. A dependência contínua desses países em níveis irrealistas é um fator que mina a estabilidade climática, em vez de priorizar a eliminação das emissões de combustíveis fósseis. 

Para a universidade, os governos não conseguem fazer mudanças efetivas devido a restrições estruturais inerentes à arquitetura da governança econômica global, impedindo que países sigam caminhos de desenvolvimento livres de desmatamento. A dependência de atividades extrativistas e agropecuárias — os principais motores do desmatamento —, especialmente de países do hemisfério sul, que enfrentam pressões para pagar dívidas e atrair investimento, entra em um ciclo vicioso, de exportar commodities destruindo a matéria prima de seu país. 

Os pesquisadores responsáveis pelo relatório acreditam que, para solucionar este problema é necessário uma reformulação total da economia global, que é focada em extração e lucro privado de curto prazo para um sistema que priorize a natureza, a equidade e o bem-estar coletivo, respeitando principalmente os povos e comunidades tradicionais, que são constantemente ignorados.  

*Estagiário sob supervisão de Luana Patriolino

 


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