A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quarta-feira (17/9), o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra, durante uma operação contra um esquema de corrupção no setor minerário. A investigação aponta a existência de uma organização criminosa responsável por fraudar licenças ambientais mediante pagamento de propina a agentes públicos federais e estaduais.
A ação cumpre 22 mandados de prisão temporária e 79 de busca e apreensão em Belo Horizonte e em outras cidades de Minas Gerais. A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio e o sequestro de bens avaliados em R$ 1,5 bilhão. Até o momento, 14 pessoas foram presas, incluindo os principais investigados, e o total de alvos de prisão preventiva chega a 17.
Segundo a PF, o grupo criminoso é formado por um conglomerado de mais de 40 empresas, tendo como principal a holding Minerar S/A, atuante na exploração de minério de ferro em regiões críticas do estado.
“O grupo investigado teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração, com a finalidade de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas”, informou em nota.
Essas autorizações eram utilizadas para usurpar e explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos.
As irregularidades, de acordo com a investigação, renderam ao menos R$ 1,5 bilhão em lucros, com projetos em andamento que poderiam ultrapassar R$ 18 bilhões em impacto econômico. Os investigados poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraço às investigações.
O Correio tenta contato com a defesa dos investigados na operação, mas ainda não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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