perigos são diferentes para a praia ou o Cerrado

por Assessoria de Imprensa


Viajantes que vão percorrer a BR-040 conectando Minas Gerais ao Rio de Janeiro, no sentido Sul, ou a Brasília, no sentido Norte, enfrentam desafios opostos: a geometria serrana e úmida rumo à Zona da Mata e ao litoral, e as retas monótonas interrompidas por pontos críticos em direção à capital federal e ao Planalto Central. É o que mostra o histórico de sinistros registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na rodovia nos períodos de férias e festas, de dezembro a janeiro, desde 2022.

As causas dos desastres, tipos mais frequentes, condições e comportamentos que trazem mais riscos foram levantados pela equipe do Estado de Minas para formar um guia para viajantes, que, na edição anterior, apresentou os riscos da BR-381 e seus pontos de pedágio.

Em relação à 040, o trecho mineiro do segmento Sul passa por 17 municípios e registrou, de 15 de dezembro a 31 de janeiro, entre 2022 e 2024, incluindo o intervalo até janeiro de 2025, 408 sinistros, com 41 pessoas mortas e 598 feridas. As causas de mais acidentes registrados pela Polícia Rodoviária Federal foram a reação tardia ou ausente do condutor diante de imprevistos, com 388 ocorrências, nas quais 16 pessoas morreram e 513 se feriram. A alta velocidade foi a segunda maior causa de desastres, somando 152, com 11 mortos. A chuva foi associada a 120 sinistros, com seis óbitos e 152 feridos.

Entre os tipos de sinistros resultantes das várias causas, o mais frequente na rodovia em direção ao Rio de Janeiro foi a saída de pista, com 331 ocorrências, 15 óbitos e 520 feridos. Já as colisões frontais foram as mais mortais, com quase o dobro de vítimas, chegando a 29, em 70 registros com 142 feridos.

Um total de seis pessoas perdeu a vida trafegando por Nova Lima, na Grande BH. O segmento mais crítico durante as viagens de férias foi entre o Km 559, altura do acesso ao Condomínio Lagoa do Miguelão, e o Km 568, perto da entrada para o Topo do Mundo. Invasões da contramão resultaram em colisões frontais ou laterais severas. O perigo mais frequente foi o das saídas de pista (perda de controle do veículo), associadas à chuva e à velocidade incompatível com as condições do trecho.

A importância da manutenção

Adiante, em Itabirito, na Região Central de Minas há dois segmentos mais críticos para sinistros no período de férias. Um deles fica entre o Km 573, próximo ao novo retorno do Bairro Água Limpa, e o Km 576, onde está a praça de pedágio da EPR Via Mineira.

As pistas duplas sem acostamentos e com declives registraram quase todos os sinistros sob chuva. Falhas na manutenção do veículo, especificamente nos pneus, resultaram em perda de controle e colisões entre veículos em fluxos opostos.

Nesses casos, a prevenção envolve redução de velocidade sob chuva e revisão antes de viajar. Há registros também de entradas imprudentes na rodovia e de falta de sinalização de veículos parados, com acidentes sobretudo quando a visibilidade está reduzida ao amanhecer ou anoitecer.

Risco dobrado debaixo de chuva

Outro segmento perigoso em Itabirito no período de férias e festas fica entre o Km 582, perto do restaurante Mirante da Serra, e o Km 590, altura do Posto Belvedere, onde predominam as pistas duplas sem acostamentos, repletas de curvas e em fortes declives. A chuva potencializou derrapagens que resultaram em colisões frontais e tombamentos, com a gravidade ampliada pelo envolvimento de múltiplos veículos em um mesmo acidente. As principais causas de mortes foram transitar na contramão e a perda de controle em piso escorregadio, indicando a necessidade de prudência e redução de velocidade, sobretudo sob chuva.

O motorista deve ser cuidadoso também em Carandaí, na Região Central, onde a chuva na pista sem separação física de fluxos foi associada à maior parte dos sinistros mais graves, nos quais seis pessoas perderam a vida no período avaliado. O segmento mais perigoso é do Km 661, na altura do trevo da Pedra do Sino, ao Km 665, perto da Polícia Militar, onde a geometria da via, com declives e retas, somada ao excesso de velocidade e ultrapassagens mal calculadas resultaram em desastres com mortes.

No Km 661, a velocidade incompatível com as curvas leva a saídas de pista e tombamentos frequentes, agravados pelo asfalto molhado. Já no Km 665, o perigo está nas interseções em nível, onde a imprudência ao cruzar a rodovia gera colisões transversais graves.

Mais uma vez, a chuva esteve presente nos sinistros ocorridos em pistas simples em locais de curvas fechadas em Santos Dumont, na Zona da Mata. O trecho mais crítico fica entre o Km 735, após a Estação Mantiqueira, e o Km 739, altura do Bairro Cabangu. A pista escorregadia é o principal fator contribuinte para a perda de controle do veículo, resultando em invasões de faixa oposta (colisões frontais) e batidas laterais. 

Mudança no perfil de risco no Rio de Janeiro

Ao entrar no estado do Rio de Janeiro pela BR-040, na descida da Serra em Petrópolis e na Baixada Fluminense (Duque de Caxias), o risco principal para viajantes migra para atropelamentos noturnos e reações tardias diante de situações imprevistas sob tráfego intenso. A rodovia atravessa um total de seis municípios fluminenses e no período avaliado ocorreram 469 sinistros, com sete mortos e 597 feridos.

Na região da serra urbana de Petrópolis (RJ), um dos locais mais críticos da estrada fica entre o Km 52, perto da Cervejaria Petrópolis, e o Km 59, em Itaipava. A travessia de pedestres em áreas urbanas no período noturno reduz drasticamente o tempo de reação do condutor, muitas vezes resultando em atropelamentos fatais. O Km 58 tem curvas fortes e um histórico de acidentes sob chuva por excesso de velocidade.

Na Baixada Fluminense, Duque de Caxias tem um dos segmentos com mais registros de sinistros do período, entre o Km 104, perto da delegacia da PRF, e o Km 112, depois do Atacadão Duque de Caxias. As pistas são múltiplas, mas o tráfego é intenso e com um alto volume de colisões laterais e traseiras, provocadas por reações tardias ou ineficientes dos condutores, aliadas à falta de distância segura entre veículos. As duas mortes registradas no período ocorreram em horário noturno, em situações de atropelamento e queda de ocupante de motocicleta.

A caminho da Região dos Lagos

Quem tem como destino cidades como Cabo Frio, na Região dos Lagos, precisa tomar o acesso à BR-493, no sentido Magé, antes da entrada na capital fluminense caso queira evitar o tráfego por dentro do Rio e na ponte para Niterói. Nesse contorno rodoviário, de Duque de Caxias a Itaboraí foram 87 sinistros, seis mortos e 102 feridos no período avaliado. A alta velocidade foi a causa de mais mortes, somando três vidas perdidas. Já as reações tardias ou ausência de resposta dos motoristas diante de imprevistos foram apontadas como causa de 25 desastres, com dois mortos e 30 feridos. Um pedestre morreu atropelado no trecho.

Os tipos de acidentes que mais mataram pessoas no período, com dois óbitos cada, foram as saídas de pistas e colisões com objetos na pista. A colisão traseira representou o maior quantitativo de ocorrências, com 15, um óbito e 18 pessoas feridas.

Em Magé, o cenário de maior letalidade ocorre no Km 17, onde a combinação de pista simples, traçado em curva e visibilidade reduzida (principalmente à noite e sob chuva) resultou em mortes. A causa principal identificada, velocidade incompatível, agrava a perda de controle do veículo, levando a choques contra objetos fixos ou tombamentos.

Chegando a Itaboraí (RJ), o condutor passa pela BR-101 por três municípios até Rio Bonito (RJ). No período de fim e início de ano foram registrados 132 sinistros, oito mortos e 131 feridos. A ausência de reação dos condutores ou respostas tardias diante de imprevistos foram ao mesmo tempo as causas mais numerosas de sinistros, com 50 registros, e também de mortos, em desastres nos quais cinco pessoas perderam a vida e 47 se ferirem.

Acessar a via sem observar a presença dos outros veículos, deixar de manter distância do veículo da frente e trafegar com motocicleta (ou similar) entre as faixas foram comportamentos que custaram a vida de mais uma pessoa, cada.

Colisões com objetos resultaram em três pessoas mortas, atropelamentos em duas, enquanto colisões traseiras, transversais e queda de ocupante de moto em uma vida perdida, cada. A colisão traseira foi a ocorrência mais numerosa, com 33 registros e 34 feridos. Em Rio Bonito, o viajante ingressa na rodovia RJ-124, concedida à ViaLagos e que leva até destinos como Cabo Frio, Armação dos Búzios e Arraial do Cabo. 

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