Operação em defesa do idoso prende 981 pessoas

por Assessoria de Imprensa


Novecentos e oitenta e um suspeitos presos, 21.525 vítimas atendidas,28.174 procedimentos policiaisinstaurados e 19.209 boletins de ocorrência registrados. Esse é o saldo da mais recenteOperação Virtude, realizada no mês passado, que visa combater a violência contra idosos no Brasil. Os números são considerados preocupantes pelos especialistas em segurança e nos direitos da terceira idade. Dados colhidos nos primeiros três meses deste ano mostra que o Disque 100 recebeu cerca de 250 mil denúncias relacionadas a violações à população idosa — uma média de quase 2.800 por dia. Um número que representao aumento de 140% em comparação com o mesmo período de 2022 — ano em que houve o levantamento anterior —, quando foram registradas pouco mais de 103 mil ocorrências.

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“Os dados ainda são preocupantes e demonstram que precisamos continuar firmes na apuração desses crimes. É essencial responsabilizar os autores e garantir a integridade física e psicológica da população idosa. O objetivo é assegurar que as pessoas idosas conheçam seus direitos e não sejam vítimas de nenhum tipo de violência. Elas merecem respeito, cuidado, valorização, acolhimento e proteção, jamais violência”,salientou Mario Sarrubbo, secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para acrescentar: “Com o avanço da idade, muitos idosos se tornam mais vulneráveis a diferentes formas de violência. Se tornam reféns de abusos físicos, psicológicos, financeiros, além de serem negligenciados por parte da sociedade”, adverte.

Segundo a pasta, além das prisões e atividades punitivas aos agressores, a operação realizou palestras de conscientização sobre o tema. Segundo dados coletados pelo ministério, mais de 1,7 milhão de pessoas foram alcançadas pelas palestras e demais ações educativas. A iniciativa mobilizou, também, a Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC); polícias Civis e Militares, corpos de Bombeiros Militares e órgãos de Perícia Criminal das 27 unidades da Federação.

A operação concluída em outubro foi a terceira edição— a primeira foi realizada em 2023 e a segunda, em 2024. A deste ano foi a que recebeu menos investimentos das três (R$ 2 milhões na de 2023 e R$ 2,4 milhões, na de 2024), porém foi a que obteve mais prisões, se comparada com as anteriores, com respectivamente 200 e 480prisões.

“Garantir a segurança dos idosos é, portanto, um dever coletivo e uma demonstração de humanidade e respeito intergeracional”, salientou Sarrubbo.

Conforme dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, o número de denúncias de agressão contra idosos cresceu 38% nos primeiros meses de 2025, somando mais de 65 mil registros.

Para denunciar, o Disque Direitos Humanos recebe denúncias anônimas e gratuitas por quatros canais diferentes: pelo telefone, Disque 100; por Whatsapp, (61) 99611-0100; pelo Telegram, no canal “direitoshumanosbrasil”; e pela internet, na página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que fica no site do Ministério dos Direitos Humanos.

Principais tipos de vilipêndio

Físico — Ocorre muitas vezes dentro da própria casa da pessoa idosa, perpetrada por pessoas próximas, como filhos, cônjuge, netos, cuidadores, entre outros. Manifesta-se via agressões, tapas, pontapés, beliscões, empurrões etc.

Psicológico — Perpetrado na forma de agressões verbais, tratamento desdenhoso, desprezo ou qualquer ação que cause sofrimento emocional, como humilhação, afastamento do convívio familiar ou restrição à liberdade de expressão.

Institucional — Ocorre dentro do ambiente institucional (público ou privado) e pode ser perpetrada por funcionários via ações desatenciosas ou omissivas.

Patrimonial — Envolve práticas ilícitas que comprometem o patrimônio da pessoa idosa, como forçá-la a assinar documentos sem explicação, alterações em testamentos, procurações, antecipação de herança ou venda de bens sem consentimento, falsificação de assinaturas, etc.

Sexual — Refere-se ao ato sexual utilizando pessoas idosas para obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas, via coação com violência física ou ameaças.

Negligência — Refere-se à recusa ou omissão de cuidados. É muito comum tanto no seio familiar quanto em instituições que prestam serviços de cuidado e acolhimento a pessoas idosas.

Abuso financeiro — Caracteriza-se pela exploração ilegal ou uso não consentido dos recursos financeiros da pessoa idosa. Normalmente, o violador apropria-se indevidamente do dinheiro, cartões bancários e utiliza os valores para fins alheios à promoção do cuidado.

Discriminação — Envolve comportamentos ofensivos e desrespeitosos em relação à condição física da pessoa idosa, desvalorizando-a e inferiorizando-a por sua idade.

*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi


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LC





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