A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) se manifestaram, nesta segunda-feira (15/9), em repúdio à agressão sofrida pela professora e jurista Melina Girardi Fachin, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. O episódio ocorreu na última sexta-feira (12/9), dentro do campus da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.
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Melina, que é diretora do Setor de Ciências Jurídicas da instituição e integrante da Comissão Nacional da Mulher Advogada da OAB, foi alvo de insultos verbais e de uma cusparada por parte de um homem ainda não identificado.
Em nota, a OAB classificou o ataque como uma afronta às instituições democráticas. “A entidade repudia veementemente o episódio, que afronta valores essenciais da vida democrática. A democracia exige o respeito às liberdades, ao pluralismo e à convivência pacífica, sobretudo no espaço acadêmico, que deve ser preservado como ambiente de diálogo e de construção do conhecimento, jamais como palco para violência, intolerância ou tentativas de silenciamento”, afirmou.
A entidade também reiterou compromisso com a defesa dos direitos fundamentais e da dignidade humana. “Reforçamos nosso empenho na construção de uma sociedade livre de intolerância e violência”, acrescentou.
O Centro de Estudos da Constituição (CCONS), ligado à UFPR, também se manifestou e disse que o caso não é isolado, mas parte de um cenário de hostilidade crescente. “Este episódio não é um caso isolado. É um sintoma grave da intolerância e do autoritarismo que ameaçam transformar o espaço universitário e democrático em palco de violência e silenciamento”, pontuou a instituição.
Até o momento, Melina não comentou publicamente sobre a agressão. Nas redes sociais, o marido, o advogado Marcos Gonçalves, chamou o ato de “covarde” e disse que o agressor era um homem branco, sem dar mais detalhes.
Em nota, a UFPR informou que analisa a situação. “Ela será debatida em reunião do Conselho de Planejamento e Administração (Coplad) da universidade na próxima terça-feira (16/9)”, declarou.
O ministro Edson Fachin, pai de Melina, assumirá a presidência do STF no fim deste mês. Na última semana, ele participou da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.
*Com informações da Agência Estado.