‘O Brasil é um país competitivo’, diz presidente do Conselho da Febraban

por Assessoria de Imprensa


Apesar de a atividade econômica estar em processo de desaceleração, como reflexo da taxa de básica da economia (Selic) em 15% ao ano, e as sobretaxas dos EUA a produtos brasileiros, o banqueiro Carlos Trabuco, presidente do Conselho Diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), acredita que o país é competitivo no cenário internacional e aponta oportunidades na área de sustentabilidade.

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“Mesmo com as turbulências nos fluxos de comércio internacional, o Brasil tem estado presente. Então, o Brasil é um país competitivo. Temos desafios, mas o custo de capital é elevado”, afirmou Trabuco, em entrevista ao Correio, ontem, após participar do Fórum de Finanças Sustentáveis, em Belém. O evento paralelo à 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP30), é organizado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) em parceria com a Febraban e a Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima).

Confira a entrevista:

Qual a sua avaliação do desempenho da economia brasileira? Ela preocupa ou o senhor acha que ela tem potencial de crescer mais, pois a renda média continua baixa?

A economia brasileira tem dado a resposta. O setor empresarial tem dado resposta aos desafios que a economia tem apresentado. Mesmo com as turbulências nos fluxos de comércio internacional, o Brasil tem estado presente. Então, o Brasil é um país competitivo. Temos desafios, mas o custo de capital é elevado.

Com esse cenário de juros a 15% ao ano?

Esse cenário de juros elevados é muito apertado para novos investimentos. Agora, a inflação está controlada. Ela já cedeu bastante. Mas o PIB tem crescido muito abaixo do potencial. O país tem um PIB potencial para ter um crescimento mais acelerado. Então, alguns ajustes para 2026 vão acabar sendo dinâmicos para a economia brasileira. O Brasil tem várias forças, mas uma das forças grandes é o mercado interno. O mercado consumidor brasileiro é extremamente ativo. Em 2026, com a perspectiva de ter uma taxa de juros, um custo de capital menor do que tivemos em 2025, isso vai dar um alento à economia no próximo ano.

E com relação a essa questão da sustentabilidade, ela pode ser um diferencial para atrair investimentos voltados para a transição energética?

O Brasil tem vários bônus, e um deles é o bônus de uma economia sustentável, de um modelo energético sustentável. Vinte e três por cento da energia brasileira é renovável, ao contrário do mundo que não passa de 5%, e, incluindo a hidrelétrica, isso vai para números bem maiores. E isso é uma vantagem para o Brasil ser um grande atrator de investimentos, principalmente os data centers que requerem energia, vamos dizer, barata.

Agora, em meio a COP30, o governo sinaliza investimentos na área de petróleo autorizando a exploração na margem equatorial. Isso não é uma contradição para o Brasil, porque ele pode sujar a matriz energética?

Acho que esse movimento agora, que é um movimento exploratório, é importante o país saber e conhecer qual é o potencial de extração que tem nessa bacia. A exploração fica para o momento posterior.

E com relação à questão das contas públicas, os bancos são um dos maiores credores da dívida pública junto com as seguradoras. Como é que o mercado financeiro olha para essa questão da sustentabilidade da dívida pública?

Nós vemos que a dívida pública é administrável. O Brasil tem PIB suficiente e PIB potencial, para ter uma redução da proporção da dívida interna com relação ao PIB. É evidente que não são só os bancos, mas também as pessoas físicas e jurídicas, possuem aplicação financeira, possuem uma contraparte na dívida interna. E eu acho que o Tesouro Nacional faz um trabalho bom de fazer emissões, que as últimas emissões, mesmo os bonds brasileiros, têm sido bem sucedidas pela atração.

Mas houve emissões de NTN-B pagando 8%, acima da inflação. Isso não pode ser um problema lá na frente?

Não, acho que o problema, se houver, tem que ser administrado.

A jornalista viajou a convite da CNSeg

 


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