Decisivo para o desfecho da temporada, o GP de São Paulo colocou Lando Norris na trilha para conquistar seu primeiro título mundial. Neste domingo (9), o piloto da McLaren ampliou sua vantagem na liderança do campeonato com uma tranquila vitória em Interlagos.
Vencedor da corrida sprint no sábado, o inglês teve um fim de semana perfeito no Brasil. Além de largar na pole e rapidamente se afastar do caos que se instalou logo atrás dele, Norris viu seu companheiro de equipe e principal concorrente ao título, Oscar Piastri, terminar apenas em quinto —o australiano foi punido com 10 segundos após se envolver em um acidente com Charles Leclerc, da Ferrari.
Após desembarcarem no país separados por apenas um ponto (357 a 356), agora a diferença entre os dois é de 24 (390 a 366).
Max Verstappen, terceiro colocado e com chances reduzidas de buscar uma improvável virada contra os carros da McLaren, fez uma corrida de recuperação em Interlagos. Após largar dos boxes, o holandês chegou em terceiro.
Ele brigou até a última volta para tomar a segunda posição de Kimi Antonelli, da Mercedes, e soma agora 341 pontos.
Apesar da boa exibição, não foi o que Verstappen esperava da etapa no Brasil para se aproximar ainda mais de Norris e Piastri e acirrar a disputa pelo título nas últimas três provas da temporada (Las Vegas, Qatar e Abu Dhabi).
O público presente em Interlagos, contudo, valorizou sua atuação. O holandês foi o mais festejado na cerimônia do pódio. Norris, por outro lado, ouviu uma significativa vaia ao receber seu troféu. O piloto da McLaren dedicou o triunfo ao brasileiro Gil de Ferran, seu mentor, morto em 2023.
“Essa foi para o Gil, um dos meus mentores há alguns anos. Tenho certeza de que ele estaria muito orgulhoso. Eu pensava nele o tempo todo enquanto pilotava”, disse Norris.
Apesar da celebração com o pódio de Max, os torcedores brasileiros tiveram duas grandes frustrações na corrida, com os abandonos de Gabriel Bortoleto e Lewis Hamilton —o piloto da Sauber deixou a disputa logo na primeira volta, e o inglês da Ferrari completou apenas 39 das 71 voltas previstas, por causa de problemas decorrentes de um acidente nas primeiras voltas.
Bortoleto se chocou contra a proteção do muro na Curva do Bico de Pato após bater na roda traseira do carro de Lance Stroll, da Aston Martin. Foi o segundo acidente do brasileiro no fim de semana. No sábado (8), ele já havia batido forte na última volta da sprint, no final da reta principal.
Apesar de sair ileso, seu carro ficou muito danificado, e a Sauber não conseguiu fazer os reparos necessários para ele participar da sessão de classificação. Assim, a equipe optou por fazê-lo largar dos boxes.
Foi de lá também que Verstappen iniciou sua corrida de recuperação. Eliminado no Q1 do treino classificatório e destinado às últimas posições do grid, a Red Bull decidiu fazer mudanças no carro —por isso ele não pôde se alinhar com os demais na largada.
A estratégia se mostrou correta. Ao longo da corrida, além de ganhar posições na pista, Verstappen também superou rivais escolhendo o momento exato para suas paradas de troca de pneus. No fim, ele chegou colado em Kimi Antonelli, da Mercedes, mas não conseguiu tomar a segunda posição —nem sonhar com a vitória, que ficou com Norris.
De certa forma, o inglês conseguiu se redimir depois de sua atuação em 2024, quando também largou na pole em Interlagos, mas despencou pelo grid e terminou em sexta. Na ocasião, Verstappen venceu a prova com uma atuação semelhante a deste domingo, após largar em 17º e escalar o pelotão até o pódio.

