Morre Jards Macalé, ícone da música brasileira, aos 82 anos

por Assessoria de Imprensa


Autor de “Vapor Barato”, “Movimento dos Barcos” e “Hotel das Estrelas” morreu aos 82 anos

Morre Jards Macalé, artista que atravessou gerações da música brasileira
Jards em foto de sua biografia escrita pelo pesquisador Fred Coelho Foto: Divulgação)

O cantor, compositor e multiartista Jards Macalé morreu nesta segunda-feira, aos 82 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado em um hospital na Barra da Tijuca para tratar de broncopneumonia e sofreu uma parada cardíaca. Na semana passada, havia passado por um procedimento cirúrgico.

O cantor, compositor e multiartista Jards Macalé faleceu nesta segunda-feira, aos 82 anos, no Rio de Janeiro, devido a uma parada cardíaca durante tratamento de broncopneumonia. Com seis décadas de carreira, deixou um legado importante para a música brasileira, sendo “Vapor Barato”, eternizada por Gal Costa, sua obra mais conhecida. Nascido na Tijuca em 1943, Macalé contribuiu para a eletrificação da música brasileira e atuou em diversas frentes artísticas. Seu último álbum, “Coração Bifurcado”, foi lançado aos 80 anos. Em sua última apresentação pública, no festival Doce Maravilha, emocionou o público revisitando seu disco de 1972.

A morte foi confirmada pela família e anunciada nas redes sociais do artista, onde uma mensagem emocionada resumiu seu legado: “Cante, cante, cante. É assim que sempre lembraremos do nosso mestre, professor e farol de liberdade.”

A postagem também trouxe uma frase célebre do próprio Macalé, quase como um testamento artístico: “Nessa soma de todas as coisas, o que sobra é a arte. Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno.”

Nascido em 3 de março de 1943, na Tijuca, Macau, como era chamado pelos amigos, é filho de uma pianista e de um pai apaixonado por acordeom, teve como vizinhos ícones do rádio como Vicente Celestino e Gilda de Abreu.

Em seis décadas de carreira, a música mais conhecida é “Vapor Barato”, eternizada por Gal Costa e trilha do filme “Terra Estrangeira”. Foi figura importante na eletrificação da música brasileira e criou obras de tom sombrio e romântico, como “Só Morto” e “Hotel das Estrelas”. No cinema, atuou e compôs trilhas para Nelson Pereira dos Santos. Nas artes visuais, criou para Hélio Oiticica, Xico Chaves e Lygia Clark. Dirigiu Maria Bethânia e Gal Costa. Como produtor, ajudou a moldar Transa (1972), clássico de Caetano Veloso no exílio.

Nos últimos anos, Macalé seguia artisticamente ativo. Seu álbum mais recente, Coração Bifurcado, lançado ao completar 80 anos, trouxe 12 canções sobre diferentes formas de amor, com participações de Maria Bethânia e Ná Ozzetti.

No mês passado, emocionou o público ao se apresentar no festival Doce Maravilha, no Rio, revisitando seu disco de 1972, obra marcada pela repressão da ditadura, mas cujos versos, como “não me calo” e “já comi muito da farinha do desprezo”, seguem encontrando eco entre jovens em tempos de novas lutas.

Macalé também foi um cronista do Rio. Cresceu entre Copacabana e Ipanema, frequentou as mesas da Churrascaria Pirajá e da Fiorentina, acompanhou Nara Leão ao violão e absorveu uma cidade que o inspirou e que ele também criticava com amor.



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