
O artista plástico Pedro Guilherme Garcia Góis morreu por volta das 14h30 desta quinta-feira (20), aos 58 anos, em sua casa, no Bairro Parque dos Poderes, em Campo Grande, após sofrer infarto fulminante que interrompeu sua trajetória marcada pela arte pantaneira.
O artista plástico Pedro Guilherme Garcia Góis faleceu aos 58 anos, vítima de infarto fulminante, em sua residência em Campo Grande. Conhecido por suas obras que retratavam a identidade pantaneira, Pedro deixou um legado significativo para a cultura de Mato Grosso do Sul. Natural de Coxim, o artista é autor de obras emblemáticas como “O Beijo”, instalada no Lago do Amor em 2008, e uma escultura de peixe cará na Lagoa Itatiaia. Sua arte, fortemente influenciada pelo Pantanal e povos indígenas, incluía trabalhos como muralista, pintor e escultor, consolidando sua presença no cenário artístico regional.
Conforme apurado pela reportagem, ele estava na cozinha quando passou mal e foi encontrado caído pelo filho, que chamou a família. O socorro confirmou a morte no local e apontou o infarto como causa provável.
Familiares informaram que Pedro não tinha doenças prévias e usava apenas medicação para insônia, o que reforçou a surpresa pela perda repentina. O atendimento foi feito pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que registrou o óbito ainda durante a tarde.
Horas antes da morte, Pedro havia divulgado um curso chamado “Encontro com a Arte na Confraria”, marcado para o dia 26 deste mês e dedicado à sustentabilidade e à arte contemporânea. A publicação mostrou que ele seguia ativo e disposto a dialogar com novos públicos sobre criação artística. A iniciativa reforçou o compromisso dele com formação cultural e debates sobre o cenário sul-mato-grossense.

Natural de Coxim, Pedro começou a criar às margens do Rio Taquari e adotou o peixe como símbolo central de sua obra, por representar raízes pantaneiras que ele carregava desde a infância. O artista dizia que não conseguiu se afastar das circunstâncias que moldaram sua identidade cultural e que percebeu estar envolvido pela arte antes de compreender o próprio caminho. As referências aquáticas transformaram-se em marca registrada de suas pinturas e esculturas.
A carreira incluiu trabalhos como muralista, pintor e escultor, além de exposições e premiações que ampliaram a presença dele no cenário regional. Em Campo Grande, Pedro produziu murais públicos e deixou dois monumentos de grande porte conhecidos pela população. Na Lagoa Itatiaia, criou uma escultura de peixe cará com seis metros de comprimento e 2,5 metros de altura em concreto.
A obra mais famosa é “O Beijo”, instalada no Lago do Amor em 2008, formada por dois peixes carás em concreto armado que se tornaram cartão-postal da cidade. A escultura virou ponto turístico e ganhou forte valor simbólico por retratar a relação entre natureza, identidade urbana e memória afetiva. Em 2021, Pedro revitalizou o monumento com ajuda do filho, Marcelo Góes, e disse ao Campo Grande News que as cores originais, em tons alaranjados, representavam o peixe que vive na lagoa.
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul divulgou nota de pesar ao reconhecer “a importância de Pedro para a identidade cultural do Estado” e citar o diálogo da obra dele com o Pantanal e com povos indígenas, como Terena e Kadiwéu. A instituição lembrou que “suas esculturas, pinturas e ações culturais incorporavam críticas ambientais e reforçavam a memória artística regional”. A nota afirmou que o legado do artista seguirá presente em exposições, acervos e monumentos espalhados por Campo Grande.
Até o fechamento deste texto, não havia informações sobre velório e sepultamento.
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