O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou no último sábado a emissão de uma portaria que visa garantir a distribuição gratuita de água e permitir a entrada de garrafas de água de uso pessoal em shows. A decisão foi tomada em resposta à trágica morte da estudante sul-mato-grossense Ana Clara Benevides, de 23 anos, durante um show da cantora norte-americana Taylor Swift no estádio Engenhão, no Rio de Janeiro. A temperatura no local atingiu uma sensação térmica de 60ºC.
Ana Clara, natural de Sonora, passou mal durante o espetáculo, sendo socorrida e levada ao Hospital Municipal Salgado Filho, mas infelizmente não resistiu. O trágico incidente levou o ministro da Justiça a tomar medidas imediatas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.
Através das redes sociais, Flávio Dino comunicou que a portaria determina que os consumidores possam entrar em shows com garrafas de água de material adequado. Além disso, os organizadores dos eventos serão obrigados a disponibilizar água potável gratuitamente em “ilhas de hidratação” de fácil acesso. O ministro enfatizou que essa medida entra em vigor de imediato.
Minutos antes do anúncio, Flávio Dino havia instruído a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça a tomar providências diante das denúncias relacionadas à falta de água em shows durante a intensa onda de calor que o Brasil atravessa. O ministro ressaltou que o Código de Defesa do Consumidor exige que os serviços sejam seguros e adequados à saúde, considerando inaceitável que pessoas sofram, desmaiem ou até mesmo morram por falta de acesso à água.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também se manifestou sobre o caso, classificando-o como “inaceitável”. Nas redes sociais, internautas repercutiram a morte de Ana Clara Benevides, apontando que o valor de um copo de água de 200 ml dentro do evento era de R$ 8. Um relato no Instagram mencionou que a própria cantora Taylor Swift interrompeu o show para solicitar água para aqueles que estavam na grade, destacando a situação como desumana e um “privilégio” em meio a altas temperaturas.
A morte de Ana Clara Benevides levanta questionamentos sobre a segurança e as condições oferecidas nos eventos, colocando em destaque a necessidade de medidas urgentes para garantir a saúde e bem-estar dos espectadores em meio a condições climáticas extremas.