O Estado de Mato Grosso do Sul tem chamado atenção nos últimos anos no cenário nacional, não sendo diferente para os pré-candidatos à presidência da República, que estão de olho no potencial do agronegócio, como também pela projeção e progresso da Rota Bioceânica, que vai ligar países da América Latina à China, passando pelo Estado através do corredor rodoviário — que incluirá diretamente os oito municípios de Porto Murtinho, Jardim, Caracol, Bela Vista, Guia Lopes da Laguna, Nioaque, Sidrolândia e Campo Grande.
Apesar de as pesquisas mostrarem cenário de polarização entre o atual chefe do Executivo Jair Messias Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), neste ano são inúmeros os pré-candidatos como a sul-mato-grossense, senadora Simone Tebet (MDB), e Ciro Gomes (PDT). Nas pesquisas o petista aparece na frente, seguido por Bolsonaro, e com menos de dois dígitos vem Ciro e Simone, em quarto lugar.
Também são pré-candidatos a chefe do Executivo André Janones (Avante), Felipe D’Ávila (Novo), Vera Lúcia (PSTU), Pablo Marçal (Pros), José Maria Eymael (DC), Sofia Manzano (PCB), Luciano Bivar (União Brasil) e Leonardo Péricles (UP).
Além de Simone Tebet, dois nomes também colocaram Mato Grosso do Sul em destaque nacional como ministros de Bolsonaro. A ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP), que deixou recentemente o comando do Ministério e retornou ao cargo de deputada federal para disputar a eleição ao Senado.
O segundo, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União), que fazia parte da base governista e saiu do ministério no começo da pandemia da Covid-19, em abril de 2020, devido a divergências e desgaste no relacionamento com o presidente, principalmente por medidas nas ações de combate ao coronavírus.
PALANQUE
Os quatro primeiros nomes na disputa da presidência da República têm interesse em ter palanque eleitoral em Mato Grosso do Sul. Bolsonaro é um deles que não perde a oportunidade de visitar o Estado do Pantanal. Nos últimos meses, ele esteve em Mato Grosso do Sul em dezembro do ano passado, em março e junho deste ano.
A última vinda, Bolsonaro teve dois palanques: a do pré-candidato ao governo do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), e do também pré-candidato e deputado estadual, Capitão Contar (PRTB), durante a entrega de 300 apartamentos do condomínio Jardim Canguru, em Campo Grande, uma parceria entre os governos municipal, estadual e federal e que faz parte do programa Casa Verde e Amarela.
O ex-presidente Lula também mandou avisar que vai dar o “ar da graça” no solo pantaneiro. Recentemente, o pré-candidato ao Senado pelo PT, Tiago Botelho, que participou de um jantar de apoiadores, inclusive, foi arrecadado cerca de R$ 3 milhões para a campanha.
Na ocasião, o petista evidenciou que virá a Campo Grande em breve e que a data já é estuda pela equipe de campanha. Além disso, ressaltou a importância de um palanque sólido em Mato Grosso do Sul.
Em MS, Ciro Gomes está com pouco apoio, pois com a saída do deputado federal Dagoberto Nogueira da sigla e migrando para o partido tucano, os pedetistas ficaram sem representatividade na Câmara Federal. O partido ficou no comando do ex-deputado João Leite Schimidt que era vice-presidente regional.
De qualquer forma, Ciro Gomes tem muitos apoiadores em MS, até mesmo pelo vasto currículo na política, sendo a quarta vez que concorre ao cargo. Em 2018, ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 12,5% dos votos. Ele também concorreu à Presidência em 2002 e 1998.
Já Simone Tebet está em casa quando se trata de palanque, tendo apoio de muitas lideranças políticas de seu Estado. Além de ser uma mulher atuante, quer conquistar o espaço da “terceira via”, na busca de angariar votos daqueles que não querem nem Lula, nem Bolsonaro.
Simone foi a primeira mulher a disputar o comando do Senado, em 2021. Também foi a primeira senadora a comandar a disputada Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). É professora e advogada, sendo a primeira vice-governadora de Mato Grosso do Sul e primeira prefeita de Três Lagoas.
