Alphonce Felix Simbu conquistou o ouro na primeira chegada com “photo finish” para determinar o vencedor da maratona em um Campeonato Mundial nesta segunda-feira (15), superando o alemão Amanal Petros em uma corrida emocionante até a linha de chegada, dando à Tanzânia seu primeiro título mundial.
A foto da chegada mostrou que a corrida de 42,195 km foi decidida por três centésimos de segundo, com Simbu ultrapassando Petros na linha de chegada, mais perto do que a diferença de 0,05 segundo entre os medalhistas de ouro e prata na final dos 100 m masculino, no domingo (14).
Simbu e Petros receberam o mesmo tempo de duas horas, nove minutos e 48 segundos, com o alemão levando a prata, apesar de liderar o pelotão quando os líderes entraram no Estádio Nacional de Tóquio. O italiano Iliass Aouani levou o bronze com 2h09m53.
“Quando entramos no estádio, eu não tinha certeza se venceria”, disse Simbu, de 33 anos. “Eu não sabia se tinha vencido. Mas quando vi os telões e eu no topo dos resultados, me senti aliviado.”
“Fiz história hoje —a primeira medalha de ouro tanzaniana em um campeonato mundial.”
A chegada foi mais disputada do que no Mundial de 2001, em Edmonton, no Canadá, quando o etíope Gezahegne Abera superou o queniano Simon Biwott por apenas um segundo.
O sul-africano Josia Thugwane venceu a maratona olímpica masculina mais apertada, com três segundos de vantagem sobre o sul-coreano Lee Bong-ju, nos Jogos de Atlanta, de 1996.
Foi o primeiro título mundial de Simbu, que conquistou o bronze na maratona no Mundial de Londres, em 2017, e terminou em segundo na maratona de Boston, em abril.
A vitória de Simbu veio horas depois de o francês Jimmy Gressier tornar-se o primeiro homem nascido fora da África Oriental a vencer o título mundial dos 10 mil metros em mais de 40 anos.
A maratona começou na capital japonesa com um incidente mais comum em corridas de velocidade do que em provas de resistência, quando Vincent Kipkemoi Ngetich, do Quênia, queimou a largada, forçando um reinício.
Mais surpresas se seguiram quando dois dos corredores mais rápidos da prova, os etíopes Tadese Takele e Deresa Geleta, que conquistaram ouro e prata na maratona da cidade de Tóquio, em março, abandonaram a menos de 10 km para o fim.
A corrida estava completamente aberta durante grande parte da distância, com cerca de duas dezenas de corredores no grupo da frente após cerca de 90 minutos.
O pelotão então diminuiu gradualmente, à medida que alguns se dissipavam no calor da manhã, deixando Simbu, Petros e Aouani à frente ao entrarem no estádio.
Nascido na Eritreia, Petros parecia prestes a levar o título de volta para a Europa, até que Simbu encontrou um impulso final e o ultrapassou na linha de chegada.
“É como os 100 metros”, disse Petros. “Chegando ao final, estava pensando em vencer, então uma parte de mim está se sentindo muito triste.”
“Mas tenho que aceitar. Como atleta, você tem que aprender, treinar duro, seguir em frente e ser grato pela prata.”