Leoa que matou homem em zoológico de João Pessoa (PB) não será sacrificada; jovem tinha 19 anos

por Assessoria de Imprensa


A leoa que matou um homem depois de ele invadir o recinto de felinos do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, conhecido como Bica, em João Pessoa, na Paraíba, não será sacrificada. A direção do estabelecimento afirmou que Leona está bem e segue em observação e acompanhamento contínuo, já que passou por um “nível elevado de estresse”. A administração do parque ressaltou que o animal não apresenta comportamento agressivo e que a eutanásia jamais foi cogitada.

“É importante reforçar que em nenhum momento foi considerada a possibilidade de eutanásia. A Leona está saudável, não apresenta comportamento agressivo fora do contexto do ocorrido e não será sacrificada. O protocolo em situações como essa prevê exatamente o que está sendo feito: monitoramento, avaliação comportamental e cuidados especializados”, destacou o parque em nota.

O parque acrescentou que médicos veterinários, tratadores e técnicos estão dedicados “integralmente” ao bem-estar de Leona para garantir que ela “fique bem, se estabilize emocionalmente e retome sua rotina com segurança”.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) anunciou que vai instituir uma comissão técnica para avaliar o Parque da Bica, que foi fechado após o ataque. Não há previsão para a reabertura a visitantes.

O homem morto foi identificado como Gerson de Melo Machado, mais conhecido como Vaqueirinho, de 19 anos. Ele invadiu o recinto de felinos neste domingo e não resistiu aos ferimentos causados por um dos animais. Vaqueirinho tinha transtornos mentais. A conselheira tutelar Veronica Oliveira, que acompanhava o caso dele, afirmou que o jovem não recebeu o tratamento que deveria.

— Embora o Conselho solicitasse laudos porque era visível o transtorno mental, o Estado dizia que ele só tinha um problema comportamental. Será que alguém que entra na jaula de leão, que joga paralelepípedo no carro da polícia, tem problema comportamental? Não, isso não é só problema comportamental. Gerson precisava de tratamento, que não foi oferecido — disse ela, em vídeo.

Veronica afirmou que Vaqueirinho passou por acolhimentos institucionais da cidade. Ele era filho de mãe e avós esquizofrênicos, segundo ela.

— Mas os psiquiatras insistiam em dizer que era só um menino que não se adequava ao espaço porque tinha problema comportamento. O Conselho Tutelar de Mangabeira não vai se calar. Nós lutamos muito tentando garantir os direitos de Gerson. O meu sentimento hoje é de revolta — afirmou.

A Secretaria de Meio Ambiente abriu uma investigação das circunstâncias do fato, segundo a prefeitura da capital paraibana. Em nota, o Conselho Regional de Veterinária afirmou que a comissão vai “analisar as condições estruturais e operacionais do parque e dialogar com a Prefeitura Municipal de João Pessoa, visando colaborar para a implementação de medidas preventivas mais rigorosas e eficazes”. O órgão afirmou, ainda, que vai buscar, junto à administração da Bica e aos responsáveis técnicos pelo local, “esclarecimentos sobre os cuidados adotados, os protocolos de segurança existentes e eventuais falhas que possam ter contribuído para o ocorrido”.

Na nota, o CRMV-PB pontuou que o Parque da Bica já havia registrado furtos de animais no passado, o que, para o órgão, “reforça a necessidade urgente de revisão dos sistemas de vigilância, controle de acesso e manejo”. O objetivo principal é garantir a segurança da população e o bem-estar dos animais, segundo o conselho.

De acordo com a administração do Parque da Bica e a prefeitura de João Pessoa, Vaqueirinho invadiu “deliberadamente” o recinto da leoa no zoológico. O poder municipal destacou que, “de maneira rápida e surpreendente”, ele escalou uma parede de seis metros, as grades de segurança, chegou a uma das árvores do espaço e entrou na jaula. Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram a ação do homem, que foi atacado pelo animal e não resistiu aos ferimentos.

A prefeitura afirmou, em nota, que equipes de segurança tentaram impedir a ação do homem, mas não conseguiram.

“Assim que a ocorrência foi constatada, o parque foi imediatamente fechado para os procedimentos de segurança e remoção do corpo”, afirmou o poder municipal, que prestou solidariedade à família.

Em nota, a prefeitura ressaltou que, apesar do sistema de segurança do parque, que “atende às normas técnicas”, o “episódio lamentável” ocorreu porque “o homem insistiu na invasão”. Pelo Instagram, o Parque da Bica afirmou que “sempre seguiu padrões rigorosos de segurança em seus recintos”.

“O espaço da leoa conta com mais de 8 metros de altura, grades reforçadas e todas as barreiras técnicas previstas para garantir a proteção dos animais e dos visitantes. O ocorrido foi um incidente absolutamente imprevisível, fora de qualquer cenário dentro da rotina do parque”, destacou a administração do zoológico.

Veterinário do parque, Thiago Nery destacou que a leoa ficou “em choque” com o ocorrido, mas obedeceu às ordens da equipe.

— O animal é condicionado, então ele passa gradativamente, anualmente, por treinamentos, e esse treinamento garantiu que conseguíssemos colocar esse animal de volta sem uso de arma de fogo, sem uso de tranquilizante, de dardo. E aí ele obedeceu, foi pra dentro do seu recinto. Obviamente que teve uma demora porque o animal estava muito estressado e em choque também — disse, em vídeo.

Ainda segundo o parque, a leoa passará por acompanhamento e avaliação nos próximos dias “por ter passado por um momento de grande estresse”.

“A Bica permanecerá fechada para visitação até a conclusão das investigações e dos procedimentos oficiais, prezando pela transparência e pelo compromisso com a segurança de nossos visitantes, colaboradores e animais”, acrescentou o espaço, numa segunda nota publicada no Instagram.



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