Lenda da Montaria e Tricampeão Mundial em Destaque

por Assessoria de Imprensa


Tricampeão mundial da PBR está em Campo Grande e contou suas histórias no esporte mais perigoso do mundo

Entrevista com Adriano Moraes – Tricampeão Mundial e Presidente da PBR Brasil

Adriano Moraes, tricampeão mundial de montaria em touros, é uma lenda viva do esporte e atual presidente da PBR Brasil. Com duas estátuas em sua homenagem nos Estados Unidos, o brasileiro fez história ao conquistar seu primeiro título mundial em 1994, quebrando barreiras e abrindo portas para outros competidores do país. Ao longo de sua carreira, Moraes enfrentou diversos desafios, incluindo mais de 28 fraturas e nove cirurgias. Hoje, ele administra a PBR Brasil ao lado de sua esposa Flávia, e trabalha para expandir o esporte que já está presente em cinco países. A organização realiza eventos dinâmicos que combinam ação, técnica e entretenimento.

O Lado B recebeu uma verdadeira lenda da montaria em touros: Adriano Moraes. O brasileiro venceu pela primeira vez em 1994, conquistando o primeiro título da PBR (Professional Bull Riders), e se tornou tricampeão mundial. Atualmente, é presidente da PBR Brasil e esteve em Campo Grande para participar de um evento especial.

“Cheguei há dois dias de Las Vegas, onde aconteceu a final da PBR no novo formato de times. Hoje são dez equipes e vim especialmente para o evento aqui em Mato Grosso do Sul”, contou Adriano.

Adriano Moraes é tão respeitado que tem duas estátuas em sua homenagem nos Estados Unidos. “A primeira ficou 15 dias no Cizapadas e sumiu, ninguém sabe onde está. Depois fizeram outra, um pouco maior que eu, montado no Little Yellow Jacket, touro tricampeão. Ela ficava em frente à sede da PBR, em Pueblo, e agora será instalada em Fort Worth, no Texas, dentro do Stock Yards, o lugar mais western do planeta.”

O tricampeão relembra com carinho o ano que marcou sua história. “Em 1994 o Brasil foi campeão da Copa do Mundo e eu fui campeão mundial. Ganhar o primeiro título é fácil, o segundo é mais difícil e o terceiro, ainda mais. O quarto, por enquanto, ninguém conseguiu, mas acredito que o José Vitor Leme, aqui do Mato Grosso do Sul, vai chegar lá. O mais importante não é a fivela de ouro, mas o quanto você coloca de coração no que faz.”

A chegada aos Estados Unidos

Ser o primeiro brasileiro a vencer no exterior foi um marco. “Foi uma surpresa pra todos. Muitos americanos achavam que o Brasil era um estado do México. Cheguei sem falar inglês, com equipamento diferente, e ganhei tudo: o Mundial e o maior evento do Canadá, no mesmo dia da final da Copa de 94. Fui o terceiro e último a montar e parar em 10 touros seguidos em 10 dias. Depois disso, começaram a olhar pro Brasil e se perguntar por que tínhamos peões tão bons.”

Comparando com os competidores atuais, Adriano destaca a evolução do esporte. “Hoje há mais dinheiro e preparo. Existe ciência esportiva, fisioterapia e acompanhamento físico. Na minha época fazíamos o que dava com o que tínhamos. O competidor atual tem mais recursos, mas o coração continua o mesmo.”

O ex-peão acredita que o espírito do cowboy é universal. “O cowboy americano e o nosso sertanejo partilham os mesmos valores: Deus, família e terra. Por isso séries como Yellowstone fazem sucesso, falam de princípios eternos e do amor pela natureza.”

O esporte mais perigoso do mundo

A montaria em touros não é para qualquer um. “A revista Sports Illustrated elegeu o esporte como o mais perigoso do mundo. Não é questão de ‘se’ vai se machucar, mas ‘quando’ e ‘como’. Quebrei 28 ossos, fiz nove cirurgias e ainda preciso de mais três. Mesmo assim, faria tudo de novo.”

Adriano é direto com quem sonha em competir. “Primeiro, olhe no espelho e pergunte a Deus se você foi feito pra isso. Está disposto a quebrar uma perna, um braço ou ficar em uma cadeira de rodas? Se estiver, vá firme. Sobre biotipo, quanto menor o centro de gravidade, melhor. Um cara de 1,94 m, como você, pode montar, mas é mais difícil. O ideal é entre 1,65 m e 1,75 m, leve e ágil.”

PBR em Campo Grande

Adriano explica o motivo da vinda à capital sul-mato-grossense. “Vim a convite da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore, presidida por Paulo Matos, dentro da ExpoGenética. Mato Grosso do Sul é o Texas brasileiro. Trazer a PBR pra cá é unir esporte e cultura. Nosso evento é diferente do rodeio tradicional: mais dinâmico, com foco na montaria e nos competidores. Um show de ação e técnica.”

O projeto que retrata a montaria também nasceu em casa. “A ideia veio do meu filho Jeremias, que é diretor da PBR Brasil, junto com o Globo Rural. A emissora levou pro horário nobre e mostrou o lado humano do esporte. Muita gente achava que o rodeio era crueldade, mas agora vê que cuidamos dos animais. Sem bem-estar, não há performance.”

Hoje, Adriano administra a PBR Brasil, mas ainda sente saudade da arena. “Montar era mais prazeroso. Agora tenho mais responsabilidade, mas posso fazer mais pelo esporte. O CEO da PBR é a Flávia, minha esposa,  já era CEO da casa. Eu sou o presidente, mas ela manda mais”, brincou.

“Quanto mais urbano o mundo fica, mais as pessoas buscam o campo. A Band e o Terra Viva vão transmitir os eventos, e a Globo já planeja uma nova série. A PBR, assim como o futebol, dá oportunidade pra jovens do interior mudarem de vida. E ainda há muito talento escondido no Brasil.”

“A PBR já está em cinco países: Estados Unidos, Austrália, Canadá, México e Brasil. Ela nasceu em 1992 dentro do rodeio e hoje é global. Já temos campeões australianos e canadenses. É um esporte internacional.”

Durante a ExpoGenética, Adriano comentou sobre os animais de pulo. “Não existe uma raça específica. São mestiços de várias raças com performance de pulo. Antigamente testávamos touros de fazenda, hoje há cruzamentos direcionados. Um bom touro pode valer R$ 1 milhão. A genética americana já está aqui há mais de 20 anos.”

“Já vi muitos: Bandido, Agressivo, Bipolar, Macaco do Tchanprocopo, Marfim, Bushwacker… Cada geração tem seus gigantes. O touro é tão importante quanto o peão,  às vezes até mais. Um bom competidor tem 60% de aproveitamento; um grande touro pode se aposentar com 90% de vitórias.”

“Pra quem nunca viu, venha. É um espetáculo de ação, luz, fogo e adrenalina. Diferente do rodeio tradicional: rápido, intenso e emocionante. A PBR acontece junto com a ExpoGenética, com os melhores animais, comida típica, parque e shows com artistas locais como Jads & Jadson e Eduardo Costa. Quem não puder vir, assiste ao vivo pelo Terra Viva e Band Sports, às 21h (horário de Brasília), de quinta (30) a sábado (1).”

Adriano Moraes encerrou agradecendo: “É bom estar aqui falando com o Lado B da coisa. Valeu!”



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