Legado de Manoel de Barros é celebrado em encontro nacional nessa quarta, 12

por Assessoria de Imprensa


O evento, transmitido ao vivo, teve mais de oito horas de duração, com debates, oficinas e reflexões

Especialistas celebram o legado de Manoel de Barros em encontro nacional
Homenagem; Especilistas debatem Manoel de Barros a partir do auditório da Univerisada do Rio (UNIRIO).

Em homenagem aos 11 anos do falecimento de Manoel de Barros, um dos maiores poetas brasileiros, escritores, professores e pesquisadores se reuniram nesta quarta-feira (12), no Auditório Paulo Freire da UNIRIO, para um encontro emocionante dedicado à sua obra e à sua visão poética sobre o mundo. O evento, transmitido ao vivo, teve mais de oito horas de duração, com debates, oficinas e reflexões sobre a simplicidade e a eternidade do pensamento do poeta pantaneiro, que transformou a linguagem e a estética da poesia nacional.

Especialistas, professores e pesquisadores se reuniram no Auditório Paulo Freire da UNIRIO para homenagear os 11 anos de falecimento do poeta Manoel de Barros. O evento, que durou mais de oito horas, contou com debates, oficinas e reflexões sobre a obra do autor pantaneiro.O encontro reuniu representantes de diversas universidades e convidados especiais de Mato Grosso do Sul, incluindo o escritor Bosco Martins e gestoras do Museu Casa-Quintal Manoel de Barros. Os participantes destacaram a importância de Stella Barros, companheira do poeta por mais de seis décadas, como força vital em sua trajetória literária.

Cerca de duzentas pessoas, entre acadêmicos, escritores e admiradores da obra de Manoel, acompanharam a conferência, presencialmente e também on-line. Participaram representantes da UFRJ, UNIRIO, USP, UFGD e Universidade do Pampa, além de convidados especiais de Mato Grosso do Sul, como o jornalista e escritor Bosco Martins, autor de “Diálogos do Ócio” (Editora UFMS), e as gestoras do Museu Casa-Quintal Manoel de Barros, Valéria Arruda e Raylla Mirela.

Especialistas celebram o legado de Manoel de Barros em encontro nacional
Bosco Martins e Raylla Mirela Gestora do Museu Casa-Quintal Manoel de Barros representam MS no debate nacional sobre o poeta Manoel de Barros

Organizado pelo professor e pesquisador Elton Luiz Leite de Souza, mestre em Filosofia e Comunicação e Cultura (UFRJ/UNIRIO), o encontro buscou compreender as nuances da “simplicidade erudita” e da “potência do pensamento” de Manoel de Barros — um poeta que reinventou a infância e desinventou o mundo.

“Na ponta do meu lápis só tem nascimento”, lembrava Elton, citando o verso que inspirou o debate sobre a força criadora do autor de O Livro das Ignorãças.

Ao comentar o livro “Diálogos do Ócio”, Elton classificou a obra de Bosco Martins como “belíssima e fundamental”.

“A escrita de Bosco transcende o formato de uma biografia. É o estudo mais revelador já feito sobre o universo poético de Manoel de Barros, um mergulho em sua linguagem, suas paisagens e suas invenções”, afirmou o pesquisador.

Um dos momentos comoventes do evento foi a leitura, por Bosco Martins, do trecho “Nequinho”, em que o autor retrata a convivência entre Manoel e Stella Barros, companheira do poeta por mais de seis décadas.

Bosco destacou o papel essencial de Stella como “a alma gêmea e o esteio do poeta”.  “Ela foi o norte, a crítica e a inspiração de Manoel. Foi ela quem lhe deu chão e asas”, disse, emocionado.

Especialistas celebram o legado de Manoel de Barros em encontro nacional
Professor Elton Luiz Leite de Souza (UNIRIO) segundo a esquerda, organizador e docentes que estudam a obra de Manoel de Barros no RJ. (Foto: Arquivo Pessoal)

Durante a apresentação, diversos participantes on-line reagiram com emojis de corações e palmas exibidos no telão do auditório, refletindo o clima de emoção e reverência.

Valéria Arruda, do Museu Casa-Quintal, também destacou a importância de Stella:  “Ela era a força silenciosa por trás da poesia. Manoel só podia ser livre porque Stella lhe dava esse espaço. Eles se amavam em respeito e admiração mútua.”

A conferência reforçou a visão de que Manoel de Barros foi um criador de uma linguagem ecológica, integradora e universal. Para o pesquisador Écio Pisetta, sua poesia “rejeita o lugar comum e aprende o desaprender”.

Já o professor Marcos Aurélio Marques observou que “a poesia de Manoel lança luz sobre as coisas que não vemos, o Pantanal, a Amazônia, as miudezas do mundo”.

Manoel de Barros via a infância como estado permanente de liberdade e poesia. Em suas palavras, “a liberdade a gente aprende com as crianças”. Essa leveza e despretensão, segundo o professor Nilton dos Anjos, “fazem de Manoel um santo remédio, e sua dependência não causa nenhum dano”.

O evento terminou com a lembrança do próprio Elton Leite sobre uma carta escrita à mão que lhe permitiu dialogar com o poeta. “Manoel não atendia telefone e não gostava de cartas datilografadas. Ele preferia o gesto humano, o toque da palavra viva”, recordou.

A  homenagem reafirmou que Manoel de Barros continua vivo nas suas invenções, nos seus neologismos e na ternura de quem enxerga grandeza nas pequenas coisas.

Um poeta que, ao desinventar o mundo, nos ensinou que o essencial está no “criançamento” das palavras, e no olhar que sabe reaprender a ver.

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