Jogadores de beisebol acusados em investigação de apostas – 10/11/2025 – Esporte

por Assessoria de Imprensa


Em 7 de junho de 2023, um dos melhores arremessadores substitutos da MLB (Major League Baseball) começou sua partida com uma vantagem de três corridas e uma variedade de arremessos em seu arsenal que mantinha os rebatedores em dúvida.

Mas os apostadores esportivos sabiam exatamente qual arremesso viria do arremessador, Emmanuel Clase, do Cleveland Guardians, segundo promotores federais. Eles apostaram que seria uma bola fora da zona de strike, com velocidade inferior a 152,9 km/h.

O arremesso de Clase caiu na terra, bem fora da zona de strike. Os apostadores ganharam US$ 58 mil (R$ 308,4 mil). E não foi a única vez, de acordo com os promotores.

Clase e seu companheiro de equipe do Guardians, Luis Ortiz, foram acusados de compartilhar informações privilegiadas sobre seus arremessos com apostadores esportivos, que então apostavam nos arremessos e ganhavam centenas de milhares de dólares em plataformas de apostas online, de acordo com uma acusação federal que foi divulgada no domingo (9) no Distrito Leste de Nova York.

Cada um dos jogadores concordou com os apostadores sobre os tipos de arremessos que lançaria nos próximos jogos, de acordo com a acusação. Os apostadores, que não foram identificados pelos promotores, então fizeram apostas sobre a velocidade ou o tipo dos arremessos e se resultariam em bolas dentro ou fora da zona de strike. Clase e Ortiz receberam milhares de dólares em subornos dos apostadores, disseram os promotores.

Cada um foi acusado de conspiração para fraude eletrônica, conspiração para fraude eletrônica de serviços honestos, conspiração para lavagem de dinheiro e conspiração para influenciar competições esportivas por meio de suborno.

“Eles fraudaram as plataformas de apostas online onde as apostas foram feitas”, disse Joseph Nocella Jr., procurador dos Estados Unidos para o Distrito Leste de Nova York. “E eles traíram o passatempo americano.”

Esta é a mais recente acusação envolvendo apostas a abalar o mundo dos esportes profissionais, e a terceira no último mês apresentada por promotores federais no Distrito Leste. As acusações aumentam as preocupações sobre como a legalização generalizada das apostas esportivas —que as ligas esportivas abraçaram e com as quais lucraram— tem incentivado atividades ilícitas que afetam a confiança pública nos jogos amados por milhões de americanos.

No mês passado, promotores federais no Brooklyn apresentaram acusações contra quase três dúzias de réus em dois casos criminais envolvendo apostas que incluíam jogadores atuais e ex-jogadores da NBA (National Basketball Association). Um deles envolvia um esquema de informação privilegiada em que apostadores esportivos usavam informações não públicas sobre a disponibilidade de jogadores para fazer apostas no desempenho abaixo do esperado de jogadores e equipes.

Ortiz, de 26 anos, foi preso no domingo em Boston e comparecerá ao tribunal federal nesta segunda-feira (10). Clase, de 27, não estava sob custódia até a tarde de domingo. Kelvin Nova, agente de Clase, recusou-se a comentar.

Em um comunicado divulgado no domingo, Chris Georgalis, advogado de Ortiz, afirmou que seu cliente é “inocente das acusações”, assim como Michael J. Ferrara, advogado de Clase.

“Ele nunca influenciou e jamais influenciaria indevidamente um jogo —nem por ninguém, nem por nada”, disse Georgalis.

Clase participou de três All-Star Games desde sua estreia, em 2019. Ortiz, um arremessador substituto potente, fez sua estreia na liga principal em 2022 pelo Pittsburgh Pirates e se juntou aos Guardians em 2025.

O esquema descrito pelos promotores envolvia microapostas, nas quais os apostadores apostam em eventos menores, como a velocidade de um arremesso, que geralmente são resolvidos rapidamente no meio de um jogo, em vez de apostar no resultado final da partida.

Os comissários de várias ligas esportivas se manifestaram sobre a necessidade de restringir esse tipo de aposta. O comissário da NBA, Adam Silver, disse no mês passado que havia pedido aos parceiros da liga para “reduzir algumas das apostas em eventos específicos” —apostas no desempenho individual dos jogadores. A NFL também trabalhou para proibir certas apostas ao vivo, como apostar se um chutador errará um field goal.

O comissário da MLB, Rob Manfred, disse a repórteres em julho que certas apostas eram “desnecessárias e particularmente vulneráveis”.

Segundo os promotores, o esquema remonta a maio de 2023, quando Clase começou a concordar com apostadores para fazer certos tipos de arremessos em jogos e rebatidas futuras. Às vezes, Clase usava seu telefone no meio dos jogos para coordenar apostas, disseram os promotores.

Frequentemente, de acordo com a acusação, Clase fazia um arremesso fraudulento no seu primeiro arremesso. Geralmente, uma bola fora da zona de strike, lenta e na terra, disseram os promotores. Nos dois anos seguintes, de acordo com a acusação, Clase forneceu informações a apostadores que levaram à realização de mais de cem apostas fraudulentas em seus arremessos.

Em abril de 2025, Clase começou a pedir e receber pagamentos por fazer os arremessos combinados, de acordo com a acusação. Depois de uma aposta que rendeu US$ 15 mil (R$ 80 mil) em uma plataforma online, Clase disse ao apostador para enviar parte dos ganhos para um contato na República Dominicana, para “reparos na casa de campo”.

Durante a temporada de 2025, Ortiz se juntou ao esquema, disseram os promotores. Antes de um jogo em 15 de junho contra o Seattle Mariners, Ortiz concordou em lançar uma bola como seu primeiro arremesso na segunda entrada em troca de US$ 5 mil (R$ 26,6 mil), com outros US$ 5 mil indo para Clase.

No geral, os apostadores lucraram pelo menos US$ 450 mil (R$ 2,4 milhões) com apostas nos arremessos de Clase e Ortiz, de acordo com a acusação, sendo que pelo menos US$ 400 mil (R$ 2,1 milhões) vieram dos arremessos de Clase.

Os dois jogadores foram colocados em licença remunerada em julho, depois que a MLB iniciou uma investigação sobre atividades suspeitas de apostas em arremessos individuais em seus jogos.

Em um comunicado divulgado no domingo, a MLB disse que cooperou com as autoridades federais e estava ciente da acusação. A liga afirmou que sua própria investigação também prossegue. Um comunicado dos Guardians disse que o time também estava ciente da acusação e cooperaria com as autoridades policiais e com a investigação da MLB.



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