O Exército israelense realizou ataques aéreos em Rafah neste domingo após acusar os militantes do grupo palestino Hamas de romperem o acordo de cessar-fogo. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou ter ordenado que as tropas tomem “medidas enérgicas” contra alvos terroristas na Faixa de Gaza. O Hamas negou as acusações.
“Após uma violação do cessar-fogo por parte do Hamas, o primeiro-ministro Netanyahu manteve consultas com o ministro da Defesa e funcionários de alto escalão de Segurança e ordenou uma ação com força contra alvos terroristas na Faixa de Gaza”, afirma um comunicado divulgado por seu gabinete.
Segundo as Forças Armadas de Israel, militantes armados dispararam mísseis antitanque contra suas bases militares perto da rota de ajuda humanitária na cidade. Com isso, eles abriram fogo contra os túneis de onde se acredita que os ataques partiram.
Em contrapartida, o braço armado do Hamas insistiu que o grupo está cumprindo o armistício com Israel e não tem conhecimento de quaisquer confrontos em Rafah.
“Reafirmamos nosso total compromisso em implementar tudo o que foi acordado, principalmente o cessar-fogo em todas as áreas da Faixa de Gaza”, afirmou a Brigada Ezzedine Al-Qassam em comunicado.
“Não temos conhecimento de quaisquer incidentes ou confrontos ocorridos na área de Rafah, uma vez que estas são zonas vermelhas sob o controle da ocupação, e o contato com os nossos grupos restantes lá foi cortado desde que a guerra recomeçou em março deste ano.”
A Força Aérea israelense também lançou ataques em toda a Faixa de Gaza, com a mídia árabe relatando que três pessoas foram mortas em ataques das Forças de Defesa de Israel na cidade de Jabalya, ao norte. Os militares acrescentaram que o Hamas violou o cessar-fogo várias vezes ao atacar Israel para além da “linha amarela” designada no acordo.
A trégua no conflito, mediada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e por países da região, foi estabelecida em 10 de outubro, e previa a libertação de reféns pelo Hamas — 20 ainda vivos e 28 mortos. O grupo palestino entregou os sobreviventes, mas afirmou ter conseguido localizar apenas os restos mortais de 10 das vítimas devido à destruição causada pela guerra no enclave.