A promessa de transferir à iniciativa privada a gestão de seis parques do Rio acabou esvaziada. Apesar de planejada desde o ano passado, com modelagem em parceria com o BNDES, a concorrência pública não atraiu interessados. No dia 26, prazo final do edital, nenhuma proposta foi apresentada, e o processo foi suspenso pela prefeitura.
Os parques incluídos no pacote, dividido em dois blocos, são: Parque Madureira Mestre Monarco, Parque Municipal Professor Célio Lupparelli (Vila Valqueire), Parque Orlando Leite (Cascadura), Parque Garota de Ipanema (Ipanema), Parque Natural Municipal do Penhasco Dois Irmãos (Leblon) e Parque Natural Municipal da Cidade (Gávea).
O modelo previa que o vencedor assumisse limpeza, operação e manutenção, além da renovação do mobiliário urbano, mantendo o acesso público gratuito. Em contrapartida, poderia gerar receitas próprias com publicidade e aluguel de áreas para restaurantes e shows.
Nesta quinta-feira (2), a Secretaria municipal de Meio Ambiente e Clima publicou no Diário Oficial a suspensão temporária da concorrência.
Autor de projeto de emenda à Lei Orgânica que busca dar mais segurança jurídica ao modelo, o presidente da Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara, vereador Pedro Duarte (Novo), defende a revisão do edital.
“É fundamental que quem assumir o parque — e as despesas de manutenção e arborização — tenha expectativa de receitas para custear os investimentos. Infelizmente, o edital atual não ofereceu condições suficientes para tornar o modelo atrativo”, criticou Duarte.
Hoje, o Rio tem dois parques concedidos à iniciativa privada: o Jardim de Alah, entre Ipanema e Leblon, e o Parque do Cantagalo, na Lagoa.