A imigração concorre entre as três favoritas na eleição da palavra do ano em Portugal, realizada pela Porto Editora desde 2009 para “fazer um retrato coletivo do país”.
Segundo a Porto Editora, “o tema da imigração virou onipresente, revelando um país dividido entre a necessidade de regulação e os desafios da integração”.
O ano de 2025 foi marcado pela ascensão da ultradireita anti-imigração ao posto de segunda força no Parlamento. E pelas aprovações dos projetos anti-imigração do governo.
Também foi um ano que será lembrado pela luta constante dos brasileiros por dignidade na agência de imigração.
Maior comunidade estrangeira em Portugal, os brasileiros chegaram este ano a quase 500 mil pessoas, em um aumento de 470% em dez anos. Há cerca de 1,5 milhão de imigrantes ao todo.
O número de brasileiros é bem maior e ficaria entre 600 e 700 mil. Isso acontece porque a agência imigração desconsidera emigrantes em vias de regularização e com cidadania europeia.
Fato é que os brasileiros representam a maior força de trabalho imigrante e são os maiores contribuintes estrangeiros da Segurança Social.
Apesar da contribuição para a economia, 51% dos portugueses acham que o número de brasileiros em Portugal deveria diminuir. O que representa um desafio para a integração.
A eleição tem sido um marco de encerramento a cada ano, “enquanto espelha as transformações e desafios da sociedade”, diz a editora.
Flotilha e apagão também surgem no pódio. A primeira foi ação a humanitária internacional com destino à Faixa de Gaza, enquanto a segunda representa a falha elétrica que paralisou o país.
Ao todo, são dez palavras concorrentes, que podem ser votadas aqui até o dia 30. O resultado será anunciado em 3 de dezembro.

