Hytalo Santos nega que conteúdo produzido com menores tinha ‘cunho sexual’ e afirma que divulgava ‘bregafunk’

por Assessoria de Imprensa


Preso desde agosto após ser denunciado por exploração sexual de menores, o influenciador Hytalo Santos afirmou que produzia conteúdo cultural sobre o “bregafunk” em depoimento à Justiça, obtido pela TV Globo e exibido na edição de ontem do Fantástico. Na ocasião, ele também disse e negou que o conteúdo publicado nas redes sociais não tinha “cunho sexual”.

— Eu nunca cheguei a gravar vídeos com cenas pornográficas nem com cunho sexual. A gente só gravava a nossa rotina com a cultura de periferia, que é de onde eu venho. Entre Recife e João Pessoa, o ritmo mais escutado hoje é do bregafunk, cujas corografias e passos usados são vistos com esse olhar, mas para a gente que é da periferia e da arte, não — disse.

A mesma versão foi repetida pelo marido do influenciador, Israel Nata Vicente, também preso:

— A nossa vida era familiar. Lá atrás quando a gente iniciou, nem eu nem ele tínhamos dinheiro. Todo mundo amava a dança e viram nisso a possibilidade de sair da escassez, do sertão e para ser alguém da vida deles — disse Israel em depoimento.

Ambos foram detidos em Carapocuína, na Grande São Paulo, em 15 de agosto e transferidos duas semanas depois para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, na Paraíba. Na última sexta-feira, um novo pedido de habeas corpus para os dois foi negado pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). Eles respondem pelos crimes de tráfico de pessoas, produção de material pornográfico e favorecimento da prostituição e exploração sexual de vulneráveis, denunciados pelo Ministério Público do estado. O caso veio à tona a partir de uma denúncia em um vídeo publicado pelo youtuber Felipe Bressanim, conhecido como Felca, sobre “adultização” de menores na internet, que alcançou 51 milhões de visualizações e mobilizou políticos a discutirem novas regras de proteção infantil nas redes sociais.

Segundo investigadores, Hytalo centralizava seu conteúdo em um grupo de jovens (chamados de “crias”, “filhas” e “genros”), muitos menores de idade, que residiam em uma “mansão” sob sua tutela informal. Em seu depoimento, o influenciador negou que crianças menores de 12 anos viviam em sua casa, mas disse que ao menos quatro adolescentes moravam no local. Ele também confirmou que remunerava os pais dos menores.

Ao ser questionado se ganhava dinheiro com os conteúdos publicados, Hytalo negou e disse que sua renda vinha de publicidades e de uma rifa mantida por ele e com registro na lotérica estadual. Em sua fala, ele também alegou que tinha a atuação monitorada por uma promotora da Paraíba, que proibia a execução de movimentos considerados explícitos pelas adolescentes nas gravações e determinava a exclusão de determinados vídeos em seu perfil. Segundo o MP, desde 2024, o influenciador era alvo de denúncias, sendo uma emitida em João Pessoa (PA) e outra no munic Bayeux.

Ainda segundo informações obtidas pelo Fantástico, o MP também apontou que procedimentos estéticos e tatuagens de caráter sexualizado também eram realizados, além do controle rígido exercido pelos dois sobre as rotinas e meios de comunicação dos adolescentes.

Desde 2024, no entanto, o influenciador já era alvo de duas denúncias, uma em João Pessoa e outra em Bayeux. Em seu depoimento, ele também alegou que tinha a atuação monitorada por uma promotora da Paraíba, que proibia a execução de movimentos considerados explícitos e determinava a exclusão de determinados vídeos em seu perfil. Hytalo também negou que fazia dinheiro com o conteúdo publicado e disse que seu rendimento mensal dependia da realização de publicidades e parcerias.

As condutas de Hytalo, no entanto, não se limitavam à exploração da imagem e da sexualidade dos jovens. Em depoimento ao Ministério Público do Trabalho (MPT-PB), um policial militar que fez serviço de segurança para os dois acusados afirmou que recebia dinheiro em sua conta oriundo de plataformas de apostas que patrocinavam o influenciador, e que Hytalo não remunerava mulheres que serviam como “vitrine” para seu negócio.



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