Juras de morte por agiotas, envolvimento com jogos de azar e dívidas são as principais suspeitas para a motivação da execução de um homem de 37 anos, na noite desta quarta-feira (20/11), em Ribeirão das Neves (MG), na Grande Belo Horizonte.
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Tales Amaral Araújo foi assassinado com pelo menos sete disparos de arma de fogo às 18h17, na Rua 6, no Bairro Santana.
O crime ocorreu em uma zona residencial densa da Região Metropolitana, caracterizada por arruamento estreito e proximidade com vias de acesso que interligam aglomerados vizinhos da região de Justinópolis.
A vítima, segundo relatos de testemunhas à Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), tinha envolvimento com jogos de azar e dívidas financeiras. Ela foi surpreendida na porta de sua residência por dois homens.
A perícia técnica recolheu no local 11 cápsulas de (calibre 9mm). Este tipo de munição é utilizado em pistolas semiautomáticas, armamento que oferece alta capacidade de disparos e recarga rápida.
Tales estava na rua, quando dois homens chegaram em uma motocicleta vermelha. O passageiro desembarcou armado e começou a disparar. A vítima correu para o interior do lote para se esconder, mas foi seguida pelo autor. O companheiro de Tales, que estava dentro da casa, ouviu os estampidos e viu a vítima entrar pedindo socorro antes de cair ao solo.
O que os peritos encontraram?
Na perícia técnica da Polícia Civil, constatou-se que há sete perfurações no corpo de Tales, evidenciando que o atirador o perseguiu para garantir a execução dentro da casa, ignorando a presença de outras pessoas ou o risco de identificação.
A cena do crime indica uma perseguição em curta distância, iniciada ainda na via pública e terminada no interior do imóvel. O fato de um veículo estacionado — um VW Fox — ter sido atingido no para-brisa e na lateral sugere que os primeiros disparos foram feitos com a vítima em movimento, o que dispersou os tiros antes de atingirem o alvo principal.
A motivação do crime segue linhas de investigação ligadas a acertos financeiros e atividades ilícitas. Populares, que preferiram o anonimato por medo de represálias, relataram à Polícia Militar que a vítima acumulava dívidas com agiotas e era viciada em jogos, além de ter vínculo com o tráfico de drogas na região.
O celular da vítima foi apreendido e passará por perícia para tentar identificar os autores ou mandantes através de registros de chamadas e mensagens. Os criminosos fugiram na moto vermelha logo após os disparos e, até o encerramento da ocorrência, não haviam sido localizados. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) após os trabalhos da perícia.
Dívida e morte?
- Armamento letal: uso de pistola calibre 9mm com 11 disparos efetuados
- Veículo dos autores: motocicleta vermelha facilitou a fuga rápida
- Danos colaterais: veículo de terceiro estacionado foi atingido por balas perdidas
- Linha de investigação: dívidas com agiotagem e envolvimento com jogos e tráfico
- Lei do silêncio: testemunhas temem represálias e evitam identificação formal

