A rodada de setembro da pesquisa Genial/Quaest sobre a avaliação do governo Lula mostra estabilidade em relação ao levantamento anterior. Assim como em agosto, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é desaprovada por 51% dos brasileiros e aprovada por 46%. O resultado, após um cenário de recuperação detectado desde julho, indica que a percepção da queda na inflação dos alimentos, verificada como decisiva na sondagem passada, não se repetiu.
O governo Lula é avaliado como negativo por 38% da população (eram 39% em agosto), como positivo por 31% (eram 31%), e como regular por 28% (eram 27%). A estabilidade ocorre em todas as regiões brasileiras e recortes sociodemográficos, como gênero, idade, escolaridade e religião.
A pesquisa mostra que, para a metade da população (50%), o governo Lula está pior do que o esperado (eram 45%), enquanto 27% afirmam que está igual (eram 36%) e 21% melhor (eram 16%). Para 58% dos brasileiros, o país está caminhando na direção errada (eram 57%), contra 36% que avaliam o contrário, e 6% não sabem ou não responderam.
Os dados mostram que os principais programas sociais do governo continuam conhecidos e aprovados pela maioria dos brasileiros. Minha Casa, Minha Vida (89%) encabeça a lista, seguido por Farmácia Popular (88%) e Bolsa Família (80%). O levantamento aponta que, desde março, aumentou de 51% para 65% o percentual dos que consideram esses programas direitos que não podem ser retirados.
Os pesquisadores realizaram 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%.
A Quaest destaca também que o tarifaço dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros é reprovado pela maioria dos brasileiros, mas não influenciou o resultado da avaliação do governo. Para 73% (eram 71%), o presidente Donald Trump está errado ao impor as tarifas, enquanto 20% (eram 21%) entendem que ele está certo, e 7% não sabem ou não responderam. De acordo com a pesquisa, a variação mensal foi mais acentuada entre os que não têm posicionamento político (de 80% para 85%) e na direita não-bolsonarista (de 48% para 53%).
“Embora a maioria continue avaliando negativamente o tarifaço – o que ajuda o presidente Lula no debate – esse efeito foi neutralizado por outros temas domésticos e não gerou ganho extra nas pesquisas. O efeito do tarifaço no Brasil tem semelhança com o que aconteceu no México, onde a alta das tarifas impulsionou a popularidade da presidente Claudia Sheinbaum, que subiu 4 pontos percentuais e voltou ao mesmo patamar dois meses depois”, avalia Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Aproximadamente três quartos dos brasileiros (74%) entendem que a maior taxação de produtos nacionais vai prejudicar sua vida (eram 77%). Já 23% afirmam o contrário (eram 20%), e 3% não sabem ou não responderam.
Para 49% dos brasileiros, Lula e o PT estão na ala que atua de forma mais correta no embate (eram 48%). Por outro lado, 27% defendem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados estão agindo melhor (eram 28%). Já 15% responderam nenhum, e 9% não sabem ou não responderam.