O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou, nesta quinta-feira (30/10), que enviará ao Rio de Janeiro 20 peritos estaduais para ajudar na perícia dos corpos no Instituto Médico-Legal (IML), após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha — que resultou na morte de mais de 120 pessoas. O chefe da pasta também declarou que mobilizará de 10 a 20 peritos da Força Nacional de Segurança Pública para atuar no estado.
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O aumento no efetivo de peritos poderá ser aumentado, a depender de avaliação. Segundo Lewandowski, o envio é o primeiro resultado concreto do escritório emergencial de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, anunciado, nessa quarta-feira, no Palácio Guanabara.
“Nós tivemos a ideia de criar esse escritório extraordinário de enfrentamento ao crime organizado para agilizar a comunicação entre as forças federais e estaduais de segurança. Não é um espaço físico, mas uma forma de se comunicar rapidamente e transmitir as necessidades que possam ser resolvidas sem maiores delongas. Um dos resultados é o envio de peritos criminais, médicos e de diferentes áreas da criminalística”, afirmou o ministro.
Os peritos vão auxiliar as forças estaduais de segurança em áreas como análise dos locais de crimes, balística, genética forense para identificação de DNA, medicina legal, exames de balística, necrópsia, identificação de corpos, entre outras.
Defensores impedidos
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro foi proibida, nesta quinta-feira, de participar da perícia dos corpos no Instituto Médico-Legal (IML) após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha. A presença dos defensores durante as necropsias é considerada fundamental para garantir fiscalização dos procedimentos. O órgão atende 106 famílias, que pediram ajuda para identificar corpos, conseguir documentos e obter gratuidade de sepultamento.
Segundo os defensores do Rio, nesta quinta-feira, a entrada dos agentes públicos foi autorizada apenas até o pátio e outras áreas do prédio, sem permissão para acompanhar os exames. A Defensoria também argumenta que o acompanhamento da perícia faz parte da atuação na ADPF das Favelas, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Por meio de nota, a Polícia Civil do Rio informou que o acesso ao IML está limitado aos policiais civis e membros do Ministério Público. “A Polícia Civil está cumprindo todas as regras estabelecidas pela ADPF 635. O trabalho é desenvolvido por peritos oficiais da Polícia Civil, e acompanhada por peritos independentes do Ministério Público. Esta é uma rotina técnica e o ambiente é controlado”, disse.
              
                            

 
														

