Fundo Garantidor terá que arcar com R$ 41 bilhões investidos no Banco Master. Entenda o efeito no crédito

por Assessoria de Imprensa


O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) estima que há 1,6 milhões de credores do Banco Master e das demais empresas do grupo liquidadas elegíveis ao pagamento de garantia. O que equivale a um total de R$ 41 bi, informou a Bloomberg. O patrimônio do FGC era de R$ 160 bilhões, ao fim de setembro, dos quais R$ 122 bilhões em recursos líquidos em caixa. O fundo, criado em 1995, é formado por recursos depositados pelas instituições financeiras como forma de ampliar a confiança no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Segundo o BTG Pactual, esse será o maior uso do fundo desde a liquidação do Banco Bamerindus, em 1997, quando teria sido usado como garantia o equivalente a cerca de R$ 20 bilhões, valor corrigido pela inflação Os analistas ouvidos pelo blog são unânimes em dizer que não há risco sistêmico à vista. No entanto, dizem, haverá necessidade de recapitalização do fundo pelos bancos e quem vai pagar essa conta não é o investidor, mas o tomador de crédito.

– Não é que o crédito de quem contratou um financiamento de imóvel vai vê-lo subir, mas significa mais restrição ao crédito e em teoria isso representa taxas mais altas para novos financiamentos – explica Enrico Cozzolino, head de análises da Levante Ideia e Investimento.

O FGC opera como uma espécie de seguro para clientes de um banco liquidado, cobrindo até R$ 250 mil por pessoa (por CPF ou por CNPJ).Apesar dessa garantia, Cozzolino avaliar que os investidores são os maiores perdedores, sejam pessoa física ou os fundos de pensão que no final das contas cuidam do dinheiro dos trabalhadores para investir.

– Mesmo aqueles que vão recuperar os recursos investidos pelo FGC, esse abalo, falta de confiança histórica em instituições públicas e privadas aqui é que fazem termos juros tão altos. Por isso, não são os fundos nem o bancos os mais prejudicados é a população que no final das contas vai ter acesso a menos crédito e crédito mais caro, como sempre.

A pior situação, no entanto, é mesmo dos fundos de previdência, explica uma outra fonte de mercado que preferiu não se identificar. Isto porque, ressalta, os montantes investidos são muito maiores que os R$ 250 mil cobertos pelo fundo e esse valor não retornará. Na prática, como esses fundos são voltados a garantir renda aos trabalhadores pós-aposentadoria, que para obter o mesmo rendimento será necessário fazer aportes extra. Caso isso não seja feito, será preciso se contentar com uma renda menor ao fim do prazo.

O economista Alexandre Chaia, professor do Insper, ressalta que o Banco Central vêm subindo a régua das garantias para as instituições financeiras e os sistemas de fiscalização, o que terá como impacto uma redução no ritmo de crescimento do setor financeiro.

– A flexibilização foi importante para bancarização dos brasileiros, ampliação da poupança, mas essa tomada de rédeas também é importante para garantir maior segurança do sistema. O BC já fez vários movimentos nessa direção, com aumento de recursos mínimos necessários, controles de fundos exclusivos. Mas isso terá um efeito que é a maior restrição do crédito – explica.



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