A publicitária gaúcha Sônia Maria Haas tinha apenas 14 anos quando seu irmão, o médico João Carlos Haas, o Dr. Juca, foi dado como desaparecido em 1972. A notícia de sua morte na Guerrilha do Araguaia só foi confirmada sete anos depois, em 1979. Somente nesta quarta-feira esse capítulo se encerra para a família Haas. Para Sônia, hoje com 67 anos, diz que a entrega da certidão às famílias significa ainda uma reafirmação da democracia brasileira.
— Esta entrega da nova certidão de óbito é uma consolidação da democracia no nosso país. Após tantos anos de buscas e luta, os familiares de desaparecidos — que não puderam sepultar seus entes queridos porque os corpos nunca foram encontrados, na grande maioria dos casos — recebem este documento que simboliza o reconhecimento da responsabilidade do Estado sobre a violência e as mortes durante a ditadura no Brasil. A Comissão cumpre seu papel de apoiar a nossa luta, indicar caminhos, abrir novas frentes e investigar o assunto junto aos familiares e órgãos competentes e ao Estado. Sua criação, pela Lei 9.140/95, que determinou também a emissão das primeiras certidões — ainda sem explicitar a responsabilidade pelas mortes —, já foi uma conquista para as famílias, que desde o início da ditadura e dos desaparecimentos buscam respostas, verdade e justiça — diz Sônia.
Confira a lista das pessoas que tiveram as certidões de óbito retificadas:

