O governo Biden declarou, nesta quinta-feira (4), a varíola dos macacos uma emergência de saúde pública, com casos aumentando nos EUA.
O anúncio foi feito durante um briefing com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês).
O governo foi criticado às vezes por lidar com o surto, e alguns pediram à administração que declarasse uma emergência nacional o mais rápido possível.
Desde que o primeiro caso de varíola nos EUA foi identificado em meados de maio, mais de 6.600 contaminações prováveis ou confirmadas foram detectados nos Estados Unidos.
As infecções foram identificadas em todos os estados, exceto Montana e Wyoming.
A declaração segue o anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) no mês passado de que a varíola dos macacos é uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
A OMS define uma emergência de saúde pública de interesse internacional, ou PHEIC, como “um evento extraordinário” que constitui um “risco de saúde pública para outros Estados por meio da disseminação internacional de doenças” e “que potencialmente requer uma resposta internacional coordenada”.
Algumas cidades e estados, incluindo Nova York, São Francisco, Califórnia, Illinois e Nova York, já declararam a varíola dos macacos uma emergência, permitindo que liberassem fundos e recursos para suas respostas ao surto.
Na terça-feira, o presidente Joe Biden nomeou Robert Fenton como coordenador nacional de resposta à varíola da Casa Branca.
Fenton — um administrador regional da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências que supervisiona Arizona, Califórnia, Havaí e Nevada — coordenará a resposta do governo federal ao surto.
Demetre Daskalakis, diretor da Divisão de Prevenção de HIV/AIDS do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, atua como vice-coordenador.
O governo Biden foi fortemente criticado por alguns especialistas em saúde pública por não agir mais rápido para lidar com a crise.
Uma das críticas à resposta do governo, como a CNN informou nesta quinta-feira, foi que o HHS esperou mais de três semanas após o primeiro caso confirmado de varíola nos EUA para encomendar estoques a granel da vacina contra varíola, que o governo possui e armazena na Dinamarca. E de somente após isso, as vacinas terem sido engarrafadas e enviadas para o país para distribuição.
O atraso foi em parte devido à preocupação de que, uma vez que esses imunizantes fossem retirados do armazenamento, eles perderiam anos de vida útil.
A Monkeypox pode infectar qualquer pessoa, mas a maioria dos casos no surto nos EUA ocorreu entre homens que fazem sexo com homens, incluindo homens gays e bissexuais e pessoas que se identificam como transgêneros.
O contato próximo com um indivíduo infectado é necessário para a propagação do vírus da varíola dos macacos, dizem os especialistas.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) anunciou inicialmente que as vacinas para a varíola estavam sendo liberadas do Estoque Nacional Estratégico e oferecidas aos contatos de “alto risco” de pacientes com varíola, bem como aos profissionais de saúde que os tratam.
Desde então, as autoridades federais de saúde expandiram os esforços de vacinação para se concentrar na comunidade mais ampla de homens gays, o grupo demográfico que compõe a maioria dos casos de varíola nos EUA.
Além de fornecer vacinas, o CDC disse desde junho que fez um esforço conjunto para fazer ampla educação e divulgação à comunidade LGBTQ.