Um cidadão canadense denunciou, pelas redes sociais, ter sido vítima do golpe “Boa noite, Cinderela” na Zona Sul do Rio, no fim do mês passado. Cameron Golinsky, de 35 anos, contou em um vídeo que, no dia 26 de outubro, foi dopado por dois homens e roubado. Segundo a vítima, ainda há indícios de que tenha sofrido abuso sexual. Os criminosos teriam levado 3 mil dólares (cerca de R$ 16 mil) e seu celular.
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“Fui drogado por dois homens que me forçaram a levá-los até minha casa. Eles usaram uma droga para me deixar inconsciente, roubaram todo meu dinheiro e meu telefone, e as evidências sugerem que fui abusado sexualmente. Acordei dois dias depois, nu e no meu quarto, sentindo como se tivesse sido atropelado por um ônibus”, relatou.
O “boa noite, Cinderela” é famoso por fazer com que as vítimas entrem em estado de inconsciência e, posteriormente, tenham bloqueios de memória, porém, há diversas drogas e medicamentos que podem ser usados para o golpe. Entre os principais estão: o clonazepam — um potente sonífero — e a cetamina, anestésico também usado em veterinária para dopar cavalos e outros animais de grande porte.
Segundo especialistas, a gama vai de ansiolíticos até sedativos de uso veterinário. Substâncias depressoras do sistema nervoso central, que inibem a atividade mental e atuam, principalmente, no centro da memória.
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Como a droga age no corpo
A ação da droga no organismo ocorre em diferentes estágios, porém, se não forem tratados e dependendo da quantidade usada pode até levar a pessoa à morte.
- Euforia e desinibição: Em um primeiro momento, a vítima pode se sentir eufórica, desinibida, sintomas que se confundem com uma felicidade momentânea e rápida que pode ser facilmente confundida com embriaguez.
- Confusão e desorientação: Depois a euforia se transforma em uma possível confusão mental e desorientação com a fala arrastada e dificuldade de coordenação motora — também facilmente confundido com a embriaguez.
- Efeito hipnótico: um dos efeitos mais perigosos é o estado de hipnose, no qual a vítima perde a capacidade de julgamento e obedece a ordens sem questionar, como entregar senhas bancárias ou ir para outro local com os criminosos.
- Entorpecimento e inconsciência: Por último, a vítima entra em um estado de sonolência profunda, podendo desmaiar e ficar inconsciente por períodos que podem variar de 12 a 24 horas ou mais.
Por conta dos sintomas serem muito parecidos com a embriaguez, os criminosos costumam escolher suas vítimas em bares e misturar o medicamento com a própria bebida. Além disso, no álcool, a droga não é percebida ou sentida. Ao acordar, a vítima ainda pode sentir um pouco de amnésia, não se lembrando dos eventos que ocorreram durante a intoxicação.
Em doses elevadas, as substâncias podem causar depressão respiratória, coma e até a morte.
“Eu me recordo de ficar um pouco confuso e, depois, ver tudo preto. Você não pensa em nada, não sonha nada. Só desmaia. Foi uma experiência extremamente traumática”, relatou Golinsky, em vídeo.
Para prevenir o “boa noite, Cinderela”, os cuidados recomendados são:
- Não abandonar o copo em ambiente público e sempre ficar de olho na própria bebida
- Dar preferência às bebidas com embalagens fechadas, principalmente em festas. As que são manipuladas, como caipirinhas, passam pelas mãos de outras pessoas antes de chegar ao consumidor.
- Observar o aspecto e gosto da bebida. Algumas substâncias alteram a coloração do líquido quando entram em contato com ele, além de provocar alteração de sabor.

