Manifestantes se reuniram na tarde deste domingo (23) na Avenida Paulista, nas proximidades do Museu de Arte de São Paulo (Masp), para comemorar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Convocado por organizações de esquerda na véspera, o ato ocupou a calçada e parte de uma das pistas da avenida – Paulista estava, excepcionalmente, aberta para carros devido à realização de provas de vestibular da Fuvest.
Os manifestantes se reuniram em uma roda de samba, com um boneco inflável gigante de Bolsonaro caracterizado como presidiário no meio do grupo.
Do outro lado da Paulista, um ato contra o governo Lula (PT) reuniu manifestantes e organizadores, integrantes do partido Novo. Eles também levaram à avenida um boneco inflável, desta vez de Lula com traje de presidiário. Apesar de não apoiarem a forma como a prisão de Bolsonaro ocorreu, os manifestantes de direita afirmaram que o ato não foi conseguência disso.
Mais à frente, próximo à sede da Federação das Indústrias de São Paulo, dezenas de bolsonaristas iniciaram um novo protesto. Esse terceiro grupo pedia a anistia para Bolsonaro e integrantes da direita presos pelos atos de 8 de Janeiro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado pela Polícia Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi tomada porque o magistrado considerou que havia risco de fuga e não existiam mais condições para manter a prisão domiciliar. Além disso, Bolsonaro reconheceu ter usado um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira eletrônica que utilizava como medida cautelar por determinação do STF.
Preventiva, a prisão não está relacionada com a condenação pela tentativa de golpe de Estado. No caso da trama golpista, a decisão ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda há prazo para a apresentação de recursos.
A decisão de Moraes afirma que a tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro foi violada pouco depois da meia-noite deste sábado. Além disso, o despacho cita uma vigília convocada para esta noite pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a porta do condomínio onde o ex-presidente mora.
Uma audiência de custódia pelo Supremo Tribunal Federal (STF) neste domingo manteve a prisão preventiva. Na audiência, Bolsonaro afirmou que passou por uma espécie de “alucinação”, provavelmente relacionado a medicamentos, e disse que não teve intenção de fugir.
O procedimento foi realizado por videoconferência na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, para onde Bolsonaro foi levado na manhã de sábado. A condução foi feita por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“O depoente afirmou que estava com ‘alucinação’ de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa”, diz a ata da audiência.

