Desdobramentos do caso Master serão mais políticos que financeiros

por Assessoria de Imprensa


Ainda há muitos pontos a esclarecer. Por que o BRB, um banco estadual, comprou carteiras de crédito falsas para dar lastro ao Master? O que levou o fundo de pensão do Estado do Rio a investir no banco, mesmo diante de tantos indícios de crise? Essas questões ficarão para a próxima etapa — e certamente abrirão um novo foco de tensão no ambiente político. Nessas investigações podem haver novos tremores de terra na área política.

As muitas ligações políticas quase criaram dificuldades para o Banco Central. Os líderes de partidos do Centrão na Câmara dos Deputados assinaram, em 2 de setembro, um requerimento de urgência para acelerar a tramitação de um projeto de lei que permitiria ao Congresso destituir presidentes e diretores do Banco Central (BC). No dia seguinte, a autoridade monetária simplesmente rejeitou a compra do Master pelo BRB. Não foi por pirraça, mas por ter visto que no caso Master havia indícios de fraudes e seria um risco para o BRB.

Ao identificar indícios de fraude — estima-se em R$ 12,2 bilhões o volume de carteiras de crédito falsas “vendidas” pelo Master ao BRB — o Banco Central comunicou ao Ministério Público, que investigou, a Polícia Federal também, o que resultou na prisão de Daniel Vorcaro, sócio do Master, e de diretores do banco, além da consequente liquidação da instituição, que já não tinha salvação. É assim que se enfrenta uma crise no setor financeiro: se isola a operação para evitar risco sistêmico, liquida-se quando for o caso, mas fazendo administradores e donos responderem com os seus bens pela fraude. Eles estão com seus bens indisponíveis, por ordem do Banco Central. Isso é o que a lei que criou o Proer determina. Entra aí também uma criação de mais de 30 anos, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Ele protege parte dos investidores. Não cobre valores altos, mas até certo ponto dá garantia.



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