Derrite antecipa saída do governo de SP e volta à Câmara mirando vaga no Senado em 2026

por Assessoria de Imprensa


O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), antecipará sua saída do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e retornará à Câmara dos Deputados ainda este ano, de acordo com apuração do g1. Atualmente afastado para relatar o Projeto de Lei Antifacções, ele disse à GloboNews que voltará de forma definitiva ao Congresso em fevereiro, possivelmente já em dezembro, de olho na disputa eleitoral de 2026.

Segundo Derrite, já há um entendimento com Tarcísio para que reassuma o mandato pensando nos debates de segurança pública e na articulação política de sua possível candidatura ao Senado.

“Retorno [à Secretaria da Segurança Pública] agora, dia 24, e daí vou combinar com o governador o meu retorno definitivo pra Câmara. Mas pode ser que aconteça esse ano ainda”, afirmou. Ele classificou em 9,9 numa escala de 0 a 10 a chance de não concluir 2025 no governo paulista.

O secretário reconheceu também que o calendário político pressiona a decisão:

“É um ano eleitoral, e eu confesso que as atenções não só de vocês da mídia, mas nossa também, já estão bem voltadas para o ano que vem. Isso deve acontecer, sim [volta à Câmara]”, disse.

Disputa pelo Senado em 2026

Derrite mira uma das duas vagas ao Senado que estarão em jogo por São Paulo no próximo ano e afirmou já ter o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro para se lançar como representante da direita paulista.

“Qualquer político da direita sem aval de Bolsonaro dificilmente se elege numa campanha majoritária”, afirmou.

Ele destacou ainda que sua mudança do PL para o PP foi acordada com Bolsonaro, com Tarcísio, com Valdemar Costa Neto e com Ciro Nogueira, para que a saída fosse “amigável”.

Com sua iminente saída da pasta, dois nomes surgem como cotados para assumir a Segurança Pública: Osvaldo Nico Gonçalves, atual secretário-executivo da pasta, e Marcello Streifinger, secretário de Administração Penitenciária.

Aprovado nesta semana na Câmara por 370 votos a 110, o PL Antifacções teve relatoria de Derrite e enfrentou resistência tanto do governo Lula (PT) quanto de parte da oposição. O texto passou por seis versões até chegar ao plenário — número que, segundo o deputado, não representa problema:

“Se precisasse, apresentaria dez, quinze, vinte versões. Não tenho compromisso com erro; tenho compromisso com melhorar”, afirmou.

O projeto endurece penas, cria novos tipos penais, amplia instrumentos de investigação e estabelece regras mais rígidas para líderes de organizações criminosas. O governo federal, porém, criticou a ausência da expressão “facções criminosas” no texto final e prometeu tentar reincluir o termo na votação de destaques.

Derrite também incluiu o garimpo ilegal como agravante em crimes ligados a organizações criminosas. A proposta não altera a Lei Antiterrorismo nem as atribuições da Polícia Federal, pontos que chegaram a constar nas primeiras versões.

Agora o texto segue para o Senado, onde será relatado por Alessandro Vieira, que já indicou que fará ajustes. Derrite afirmou não ver problema em mudanças:

“Tenho certeza que o Senado, na medida do possível, vai até aprimorar o texto e, se isso acontecer e tiver alguma alteração, é natural e volta para a Câmara decidir se o que foi colocado pelo Sanado melhorou o texto ou se vai optar por manter o texto anterior. A chance aprimoramento, de melhora, é grande”, disse, em entrevista à GloboNews.

O projeto foi enviado pelo governo federal em outubro, mas o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu Derrite, integrante do governo paulista, para conduzir o relatório. A decisão irritou o Planalto, que considerou inadequado entregar a relatoria a um secretário de Tarcísio.

A tramitação também foi marcada por embates entre governo e oposição, especialmente por causa do aumento das penas, que podem chegar a 40 anos de prisão para líderes de organizações criminosas ultraviolentas.



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