As defesas observam, no entanto, um esforço de Fux para “não passar recibo”, apesar do claro isolamento em relação aos demais ministros do colegiado. A presença do decano da Corte, Gilmar Mendes, na sessão foi considerada mais um elemento de pressão sobre o ministro, já que ambos não mantêm uma relação de proximidade ou harmonia. Além disso, Gilmar tem sido um dos principais críticos aos ataques contra o STF e e o relator da trama golpista, Alexandre de Moraes.
Na noite de quarta-feira (10), após o voto de Fux, seus colegas já previam um clima difícil para o ministro entre seus pares, como informou esta coluna. O isolamento ficou evidente desde que a ministra Cármen Lúcia iniciou seu voto, repleto de recados ao colega e com uma defesa clara da democracia brasileira.
Além da perplexidade com o fato de Fux ter negado situações que ele próprio vivenciou — como os ataques de Bolsonaro ao STF —, causou mal-estar entre os colegas a mudança de postura do magistrado, que anteriormente havia votado pela condenação em mais de 400 processos relacionados aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.