As suspeitas de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas deixou a população alarmada sobre o consumo. Nesta quinta-feira (2/10), o rapper Gustavo da Hungria Neves, conhecido como Hungria, foi hospitalizado em Brasília com indícios de contaminação pela substância. Os casos foram do estado de São Paulo alertam para os riscos em vários locais do país.
Diante do cenário, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) adotaram providências para auxiliar consumidores e empresários no reconhecimento das bebidas adulteradas. Em nota, a Abrasel destacou pontos para ficar de olho na hora de comprar bebidas.
-
Adquirir apenas de fornecedores confiáveis e com emissão de nota fiscal;
-
Desconfiar de preços muito abaixo do mercado;
-
Verificar a integridade de lacres, rótulos e qualidade do líquido;
-
Adotar políticas de descarte correto das garrafas, inutilizando embalagens antes da destinação, para evitar o reaproveitamento pelo mercado ilegal.
Segundo o especialista Daniel Monferrari, head de Proteção às Marcas e Segurança Corporativa da Diageo, que ministrou treinamento, a avaliação começa ainda pela tampa do recipiente.
“Tampas originais apresentam acabamento detalhado, com arte em alta qualidade e sem amassados. Caso a bebida apresente lacres plásticos sobrepostos a tampas decoradas, desconfie”,
Em relação às bebidas importadas, é preciso observar o lacre emitido pela Casa da Moeda. “O selo autêntico possui holografia progressiva que revela apenas uma letra por vez — R, F ou B. Se todas as letras forem visíveis simultaneamente, há a possibilidade do selo ser falsificado”, diz nota conjunta das associações.
Também é possível comparar duas garrafas da mesma bebida, que precisam ser idênticas. Qualquer alteração na quantidade ou coloração do líquido pode indicar falsificação.
Os sete erros das garrafas falsificadas: Como saber se uma bebida foi adulterada?
- Verifique se há alterações no rótulo do produto;
- Observe se o volume da garrafa está muito baixo ou muito alto. As empresas atuam com testes de qualidade rigorosos e geralmente padronizados;
- Veja se o lacre de segurança está intacto;
- Observe e compare a coloração do líquido;
- As empresas atuam de forma transparente e por isso nos rótulos sempre há advertências sobre o consumo excessivo de álcool;
- Ficar atento ao preço é um indicador essencial. Fuja de preços baixos demais e desconfie de ofertas fora do normal;
- Compre em estabelecimentos de confiança.
Cervejas e vinhos são afetados?
A presença de metanol em cervejas e vinhos é uma dúvida dos consumidores, já que os casos investigados aconteceram após ingestão de destilados. Como o processo de fermentação gera um teor alcoólico menor que a destilação, o risco de geração de metanol é menor, mas isso não quer dizer que essas bebidas estão imunes.
A investigação aponta para a possibilidade de inserção do metanol depois das bebidas fabricadas. Por isso, as dicas valem para todas as bebidas alcoólicas. A orientação da coordenadora e docente do curso de Farmácia da Estácio Brasília, Jessica Nayane, é “ninguém ingerir nenhuma bebida por enquanto”.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Em caso de suspeita, o paciente deve ser encaminhado imediatamente para o serviço médico. Os primeiros procedimentos são manter a via aérea do paciente protegida, monitorar os sinais vitais, administrar oxigênio suplementar, se necessário, e garantir o acesso venoso.
Podem ser sinais de contaminação
-
Dor de cabeça intensa;
-
Tontura;
-
Náseas ou vômito;
-
Dor abdominal;
-
Alterações na visão