Com 37 casos neste ano, Brasil mantém status de país livre do sarampo

por Assessoria de Imprensa


O Brasil registrou, neste ano, 37 episódios de contaminação por sarampo em sete unidades da Federação, incluindo uma paciente do Distrito Federal que contraiu a doença no exterior. Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos registros aponta para pessoas que vieram de outros países já contaminadas, sem circulação interna do vírus. Os três últimos casos foram confirmados, na semana passada, em Primavera do Leste, cidade de Mato Grosso que soma seis registros — entre eles, um bebê de um ano de idade que não havia sido vacinado.

A cidade tocantinense de Campos Lindos é a que registrou mais casos de sarampo no país: são 25, até este mês. Nas duas cidades, os doentes são pessoas que viajaram à Bolívia — país que enfrenta surtos da doença e que tem uma grande fronteira com o Brasil — ou que tiveram contato com os doentes. Há, ainda, a confirmação de casos no Rio de Janeiro (2), São Paulo (1), Rio Grande do Sul (1) e Maranhão (1).

 

 

Como não há circulação do vírus do sarampo de forma endêmica, o Brasil manteve o certificado de país livre da doença, concedido no ano passado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Segundo nota do ministério, a manutenção do status é “resultado do avanço da vacinação e da resposta rápida aos casos importados”.

Toda vez que um doente de sarampo é identificado, o ministério aciona o protocolo de enfrentamento da doença, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de Saúde. As pessoas que tiveram contato com a pessoa infectada são monitoradas, e os agentes de saúde montam um bloqueio vacinal na região para conter a disseminação da doença. No Tocantins, por causa do alto número de registros, o bloqueio avançou para Araguaína e Imperatriz e se estendeu ao estado vizinho do Maranhão, no município de Balsas.

Entre julho e outubro, foram aplicadas quase 126 mil doses da vacina no Acre, em Mato Grosso do Sul, em Rondônia e em Mato Grosso. Além disso, 640 mil doses da vacina foram doadas à Bolívia. No Pará, que está recebendo milhares de pessoas do mundo todo por causa da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), o Programa Nacional de Imunizações (PNI) intensificou a vacinação contra a doença, desde o início do ano, para reforçar a proteção da população local.

“No Brasil, acreditamos na ciência e, por isso, a vacina está disponível gratuitamente para toda a população de 12 meses a 59 anos. Estamos empenhados em evitar a reintrodução do vírus no país. Além das ações de vigilância, o Ministério da Saúde tem garantido o abastecimento de imunizantes em todos os estados”, assegurou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Américas em alerta

No início da semana, a Opas retirou do Continente Americano o certificado de eliminação da doença, após identificar a circulação endêmica do vírus, por mais de 12 meses, no Canadá. As Américas registraram, até o início do mês, 12,6 mil casos confirmados de sarampo em 10 países, incluindo o Brasil — 30 vezes mais do que em 2024 —, com 95% se concentrando no Canadá, no México e nos Estados Unidos. Pelo menos 28 pessoas morreram, sendo 23 no México.

Segundo a Comissão Regional de Monitoramento da Opas, o Brasil se destaca pela intensificação da vigilância epidemiológica diante dos casos importados, quando a infecção ocorre fora do país, e pelo aumento da cobertura vacinal. Em 2024, o país atingiu 95,8% de cobertura para a primeira dose da tríplice viral; e 80,43% para a segunda. A tendência de crescimento se mantém neste ano, com dados preliminares apontando cobertura de 91,51% na 1ª dose e de 75,53% na 2ª dose.

Em março, o Ministério da Saúde e os gestores locais conseguiram interromper a circulação do vírus no Rio de Janeiro, com a confirmação de infecção de duas crianças da mesma família em São João de Meriti, na Região metropolitana da capital fluminense. O mesmo ocorreu no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Distrito Federal.

A vacina contra o sarampo está disponível no Sistema Único de Saúde e faz parte do calendário básico de vacinação infantil. A primeira dose deve ser tomada aos 12 meses de idade, com o imunizante tríplice viral, que protege também contra caxumba e rubéola. A segunda dose é aplicada aos 15 meses, com a tetraviral, que reforça a proteção contra as três doenças e imuniza ainda contra varicela, que causa catapora. Qualquer pessoa com até 59 anos que não tenha comprovante de vacinação ou não tenha completado o esquema vacinal deve atualizar sua carteira de vacinação.

 


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