A Colômbia parou a COP exigindo a inclusão de um parágrafo no programa de mitigação, ou seja, no plano de redução dos gases de efeito estufa. Daniela Durán González, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável colombiana, disse que não foi ouvida quando pediu a questão de ordem. E o ponto que já havia sido aprovado foi suspenso. A própria reunião foi suspensa por cerca de 30 minutos. Daniela acusou o presidente de erro no processo de votação.
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– A Colômbia levantou uma questão de ordem antes que o Programa de Trabalho de Mitigação fosse aprovado com o uso do martelo, e a questão de ordem foi ignorada. Portanto, senhor Presidente, lamento muito, mas o senhor não me deixa outra escolha a não ser objeção ao Programa de Trabalho de Mitigação, a menos que a seguinte menção seja incluída — e vou ler — no parágrafo 17, além dos temas dos diálogos globais em 2026 serem a indústria e o caminho para implementar a transição dos combustíveis fósseis de maneira justa, ordenada e equilibrada, em linha com a melhor ciência e visando fechar as lacunas para manter 1,5°C ao alcance – declarou Daniela.
– A Colômbia não está bloqueando o progresso — ao contrário do que está sendo dito e da forma como a narrativa aqui tenta mostrar. Estamos exigindo as garantias necessárias para permitir que a linguagem e o tema que já concluímos por consenso possam ser discutidos aqui. Negar a melhor ciência disponível não só coloca o regime climático em risco, mas também a nossa própria existência. Que mensagem estamos enviando ao mundo, senhor Presidente?
Isso já ocorreu em outras COPs, em que quem ficou desapontado com o resultado para a plenária para marcar sua posição. A Colômbia foi durante toda a conferência uma das mais aguerridas defensoras de que houvesse em Belém o ponta pé inicial do mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis.
No retorno da sessão plenária, Corrêa do Lago, pediu desculpas à Colômbia e disse não saber que havia esse pedido de ordem. O presidente da COP disse que há um trabalho contínuo de refinamento e propôs que a CMA, durante suas sessões em junho de 2026, trabalhe mais em relação as questões apontadas e a informou que a posição da Colômbia estará no relatório.

