Mesmo com bons empregos, há quatro anos o casal transformou a residência em uma salgaderia e começou do zero

Muita gente julgou o casal Marilei Vieira Lopes, 39 anos, e Valdinei Lima de Abreu, 45 anos, por largar os empregos CLT e abrir o próprio negócio. Há quatro anos, eles investiram tudo o que tinham e não tinham em uma salgaderia no bairro Jardim Colibri. A aposta foi feita às cegas, uma tentativa de vencer o cansaço de trabalhar para os outros. Ali, os dois botaram a mão na massa e hoje vendem 1.500 salgados por dia.
Marilei Vieira Lopes e Valdinei Lima de Abreu decidiram mudar de vida em 2021, durante a pandemia, ao largar seus empregos para abrir uma salgaderia no bairro Colibri. Com investimento total, o casal enfrentou desafios iniciais, mas hoje vendem cerca de 1.500 salgados diários e empregam 18 pessoas. A Morena Salgados, nome inspirado na cidade de Campo Grande, tornou-se referência na região, com destaque para o pão italiano e a esfiha. Além do sucesso financeiro, o casal valoriza a qualidade de vida, ajudando moradores de rua e equilibrando trabalho e lazer. A história do empreendimento mostra que crescer vai além do lucro, envolvendo dedicação e propósito.
Foi em 2021, no meio da pandemia, que eles resolveram mudar de vida. Ela trocou o cargo de gerente, que ocupava há 14 anos em uma madeireira, por um sonho, e ele, acostumado há 15 anos ao ritmo das padarias, voltou a fazer o que sabia melhor: viver fazendo salgado, desta vez ao lado da esposa. A rotina não foi fácil. No início eram apenas o casal e a irmã de Marilei; agora são 18 funcionários.

“Aqui era a casa dos meus pais, eu tinha uma bem perto e trocamos já na ideia de montar alguma coisa, mas seria mais para frente. Só que cansei de trabalhar para os outros, pegamos o acerto e abrimos aqui. Começamos nós três e achei que seria assim um bom tempo. As coisas começaram a melhorar nos dois últimos anos”, comenta a dona.
O endereço virou destino certo para quem passa pela Rua Francisco Martins de Souza, continuação da Rua Catiguá. Foi ali que o casal levantou as portas da empresa que leva o nome inspirado na Cidade Morena, embora muita gente ache que é homenagem à dona.
“É muito gratificante. Não tenho filhos; muita gente fala que não precisa crescer muito, mas são muitas pessoas que dependem de nós. A gente dá oportunidade e a pessoa vive disso. Temos um gerente e a esposa que trabalham com a gente.”
Para empresária, a coisa também é desafiadora. Hoje conseguimos ajudar. Sempre damos de 20 a 30 salgados para os moradores de rua todos os dias, com um cafezinho também. Não acho que é só o que a empresa traz, mas o que ela ajuda a proporcionar para as pessoas também.”
Para fazer os salgados, Valdinei segue madrugador. Acorda às 3h40 e começa a trabalhar às 4h10. Para ele, mesmo que haja esforço na rotina, é prazeroso ver os resultados. Perfeccionista, ele precisa que todos os produtos estejam do agrado dele.
“Trabalho com isso há mais de 20 anos. Fui ensinado por pessoas legais que tiveram paciência. Consegui aprender muito com elas. Antes daqui, trabalhava em uma padaria e tudo começou em um supermercado, na área de panificação.”
“Depois de um tempo, eu saí da área de alimentos, fui trabalhar com marcenaria, não gostei e voltei. Achei que não queria mais fazer salgados, mas percebi um potencial de crescimento no que eu fazia e decidi retornar. Hoje, não sei fazer outra coisa.”
O cardápio é variado, mas o campeão de vendas é o pão italiano. Logo atrás vem a esfirra fechada de carne, vendida de R$ 5 a R$ 8. Além deles, há croissants, salgados fritos e lanches na chapa. Os valores vão de R$ 4, no pão com manteiga, a R$ 14, no Bauru. Valdinei comenta que a média de salgados varia de 1.000 a 1.500 por dia.
Apesar da correria, os dois encontraram maneiras de conseguir aproveitar o que o trabalho proporciona. Com as vendas indo bem e o número de funcionários aumentando, ficou mais fácil deixar o serviço no lugar dele.
Eles viajam de vez em quando, ela faz pilates e ambos aprenderam que empreender não é só trabalhar, é também se permitir viver. “Não adianta cuidar só da empresa e esquecer da gente”, diz Marilei.
A salgaderia fica na Rua Francisco Martins de Souza, 397, n bairro Jardim Colibri.
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