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Candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul se confrontaram em debate na noite desta segunda-feira

Eles apresentaram propostas e bateram boca com seus adversários

por Roberta Cáceres

O Debate Midiamax, que aconteceu entre os 8 candidatos ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul na noite desta segunda-feira (19) em Campo Grande, foi marcado pelas propostas dos políticos participantes e bate-boca, esquentado pelo confronto direto pela forma como é realizado o confronto promovido tradicionalmente pelo Jornal Midiamax nas eleições.

Todos os 8 candidatos estiveram presentes no debate: Adonis Marcos (Psol), André Puccinelli (MDB), Capitão Contar (PRTB), Eduardo Riedel (PSDB), Giselle Marques (PT), Magno de Souza (PCO), Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (União Brasil).

O Debate Midiamax foi transmitido em tempo real para os 79 municípios do Estado pela TV UOL, home do Jornal Midiamax, Facebook, YouTube, TVE, TV Imaculada Conceição, Rádio Difusora Pantanal e Rádio Independente 90,9 FM, além de um pool de rádios do interior de Mato Grosso do Sul.

O mediador do Debate Midiamax é o jornalista André Luiz Azevedo. Jornalista premiado, atuou por quase 40 anos na Rede Globo, onde cobriu a morte de Tim Lopes, a rebelião no Presídio Bangu 1 e foi correspondente internacional.

Magno de Souza (Psol), sobrinho de Marçal de Souza, condecorado com o título de herói nacional, destacou a situação dos povos indígenas.

“Só espero que o senhor, se for eleito, não mande mais arroz carunchado e feijão carunchado”, disse ao candidato André Puccinelli (MDB), ao reclamar da situação da comida nas aldeias.

Magno começou as considerações finais com fala em guarani. Logo depois disse: “Outra coisa que quero dizer, quero fazer uma denúncia de que os jagunços, seguranças privados, atiradores de elite estão perseguindo muitos indígenas, estão subindo numa caixa d’água da Sanesul, eles não têm direito de subir ali. Inclusive estou denunciando para o Ministério Público e estou denunciando também para o governador. Resolvam esse problema aí, antes que morram indígenas. Depois falam que indígenas que estão armados até os dentes lá. Sou do partido do PCO, revolucionário, Partido dos Trabalhadores e Lula presidente. Quero dizer, vote certo, não vote para depois se arrepender. Nunca vai melhorar para nós. Porque se tivesse de resolver, já tinha resolvido. Estou denunciando aqui para o Ministério Público, para eles resolverem as coisas do indígena, que os jagunços, atirador de elite, estão se juntando para atacar indígenas. Então nós queremos providências do Ministério Público e queremos providência desse governador do Estado.”

“Graças a Deus nós nunca entregamos caruncho, apesar de ser proteína. Nunca entregamos caruncho. Entregamos cestas alimentares”, André Puccinelli (MDB) disse na tréplica.

Nas considerações finais, André Puccinelli destacou que gostaria de “congratular-me com Midiamax pelo debate, congratular-me com concorrentes, não inimigos, e com população, por que assim pode escolher as ideias. Não entrei em briga nenhuma, alguns brigaram, vou dizer o que penso em fazer: desenvolver estado, construção de estradas, sejam vicinais ou estaduais, pontes de concreto. O futuro é construirmos casas para diminuirmos o déficit habitacional, desenvolvimento sustentável, preservando meio ambiente e preservando biomas que temos, cerrado e, principalmente, Pantanal. O Bioparque não conseguiram tirar apelido que o povo deu e, depois de alguns anos, reconheceram que estávamos certos em apropriarmos da marca Pantanal para sermos reconhecidos no mundo inteiro. Qualificar nossos jovens, para que tenham ensino profissionalizante e possam ter emprego, ação social pertinente, saúde mais perto do cidadão, fazendo a regionalização. Educação será prioridade e ação social é atenção às famílias que, depois de isolamento, algumas ficaram sem emprego e com fome. O governo tem que atuar para minimizar problemas às famílias menos favorecidas”.

“Campo Grande é nota C em Transparência, penúltima nota no Tesouro Nacional”. Eduardo Riedel (PSDB) criticou a Transparência em Campo Grande e o fato de Marquinhos Trad (PSD) agora reclamar da gestão de Reinaldo Azambuja.

Na despedida, Riedel cumprimentou os candidatos. “Parabenizar o Jornal Midiamax pelo evento e as pessoas que puderam acompanhar a oportunidade de conhecer os candidatos. Olhando para frente nós enxergamos um Mato Grosso do Sul que tem uma rara oportunidade de se tornar cada vez mais um Estado exemplo, pois deixa para trás problemas que estados mais maduros não têm mais como resolver e nós temos a oportunidade de evitar. Crescimento, desenvolvimento e um caminho e com muito trabalho, muita dedicação, sem retórica, sem demagogia, fazendo política pública de verdade, combatendo sim a corrupção dentro das estruturas dos 54 mil servidores que o Estado tem, seja na segurança pública, na educação, na saúde e buscar sempre um modelo de eficiência, poder entregar mais para as pessoas. Nunca fui candidato, é a primeira vez, defendo um modelo cada vez mais eficiente de Estado para entregar para a população cada vez mais resultados. Estado tem três biomas e os três podem se complementar com nosso desenvolvimento gerando desenvolvimento econômico para nossa gente”.

“O Governo devolver dinheiro para Campo Grande não é um fato positivo. O Governo não está fazendo mais do que a obrigação. Devolveu, e devolveu pouco ainda”. Marquinhos destacou que o Estado não faz ‘mais do que a obrigação’ ao realizar repasses a Campo Grande.

No tempo final, para a despedida, Marquinhos dirigiu-se ao eleitor. “Quero falar com você, que está com dificuldade, que ouve os mesmos discursos, mas não vê os governantes nos seus bairros. O nosso programa de governo é humanizado, que está aguardando uma casa popular, que está aguardando a vinda para a Capital por uma picada de escorpião, como aconteceu com uma menina de Cassilândia. Vamos fazer um governo para todos, não para um grupo. Vamos voltar a escândalos, a aumentar impostos? Sou Marquinhos Trad, meu número é 55. Vem!”.

“Do nosso lado está a Ciência, do outro, a barbárie. Um presidente que pede honras a um torturador e coloca em discussão a Democracia duvidando das urnas”. Giselle Marques (PT) se emocionou ao falar da Saúde, com a falta de instalação de aparelhos de radioterapia no Estado, e da história de Magno de Souza, que é sobrinho de Marçal de Souza.

Na despedida, Giselle disse que “Gostaria de agradecer ao Midiamax pela oportunidade de estar neste debate. Agradecer a Deus, minha família e a compreensão do meu esposo. Sei que não é fácil ser marido de uma governadora, como será o meu caso. E quero aqui fazer um desagravo ao presidente Lula, que foi chamado aqui de ex-presidiário, vítima de uma prisão injusta, em que a extrema direita fez isso, só que ele continuou andando pelos nossos sonhos e mentes…e hoje tenho muito orgulho em representar a candidatura do PT em Mato Grosso do Sul. Lula corre o risco de ser eleito ainda no primeiro turno e, apesar do sigilo de 100 anos, espero ver o Bolsonaro preso e o Lula presidente. Para senador, vote Tiago Botelho, um jovem ambientalista e estudioso. Vamos colocar Mato Grosso do Sul em um patamar de desenvolvimento sustentável”, ressaltou.

“O ex-presidiário Lula ser um candidato é uma afronta. Uma pessoa que apoia dança do macaquinho como movimento cultural. Bolsonaro é a única opção que o país tem”. Capitão Contar (PRTB) fez críticas aos gastos denunciados ao MPF (Ministério Público Federal) sobre cestas básicas supostamente superfaturadas pela gestão estadual e pediu votos para o atual presidente, o qual apoia.

Ao se despedir, Contar disse: “Minhas palavras são de agradecimento, gratidão por poder ter esse momento já que tenho tão pouco tempo de TV, apenas 15 segundos. Você que acompanhou pode conhecer os candidatos, estamos na era moderna, você consegue na palma da sua mão consultar quem é cada um. Peço que tenha cuidado, critério na hora de escolher seu futuro representante, pois você tem um dia para votar e 4 anos para se arrepender. Quero ser voto de orgulho, que vai trabalhar para pessoas, deixando de lado grupos políticos alianças malfeitas com partidos de esquerda que não condizem com alinhamento nacional com presidente Bolsonaro. Quero ser governador que não vai olhar para cor das bandeiras partidárias, você prefeito, que provavelmente trabalhar comigo, vou ser municipalista, vou dar condição para os menores municípios, aqueles que mais precisam atendendo prioridades. Servidor público, tenha certeza e garantia que não terá perseguição, coação e pressão para manifestar sua opinião. Quero ser o governador que vai transformar MS, olhar para todos segmentos, sobretudo aqueles que empregam, geram renda, riqueza, para transformar mais leve atrativo e mais competitivo. Vote 28, Capitão Contar governador e 22 Jair Bolsonaro presidente”.

“Nós temos que acabar com a velha política e acreditar que a mudança é possível, a mudança de verdade. Jamais podemos permitir que pessoas sejam torturadas, sejam nas aldeias, nas periferias”, afirmou. Adonis Marcos (Psol) destacou que a maioria dos candidatos já foram aliados políticos e que apenas ele é novo na política.

Ao se despedir, Adonis disse “Quero agradecer a Deus, minha família, estou fazendo 17 anos de casamento hoje, peço desculpa aos candidatos por alguma fala, não quis ofendê-los. Vejo aqui o candidato Contar falando de ex-presidiário, o André está do seu lado e não falou nada até agora. Se você está assistindo [ao Debate Midiamax acha que sou a pessoa mais indicada, vote Adonis. Estou disposto a dar continuidade nas coisas boas, temos que dizer que podemos fazer mais. Em respeito a você que está em casa, não acredite em pesquisas, vote conforme a sua consciência, você pode fazer diferença. Tenho confiança que estarei no segundo turno”.

“Fui vice para servir Mato Grosso do Sul e não ao Reinaldo. Ele, inclusive, não me deixou ser candidata a prefeita em 2018 e eu segui minha vida e até mudei de partido”, destacou. Rose Modesto pontuou que ser vice-governadora foi importante para sua trajetória política.

Nas considerações finais, Rose agradeceu “ao Jornal Midiamax pela oportunidade e agradecer a quem nos assistiu até o fim. Esse é um momento importante.

Apesar de parecer desgastante, a politica é uma ferramenta transformação. Eu escolhi fazer a boa política e não estou atrás apenas de um un cargo. Vim para um desafio grande porque tenho sonho de ver o Estado que eu nasci ser menos desigual. Sou filha de uma faxineira e servente de pedreiro. Vim da roça e aqui tive oportunidades. Foi numa sala de aula, antes da política, que comecei a cuidar de pessoas. Me sinto pronta para esse momento. Com minha experiência de vida quero ser a primeira mulher governadora. Tenho experiência de vida e sentar numa cadeira tão poderosa e como mulher tenho a experiência e sensibilidade necessária para cuidar de você”.

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