Câncer ginecológico é tema de debate, hoje, na Câmara

por Leandro Ramos


O câncer ginecológico, que afeta órgãos do sistema reprodutivo feminino, é um dos grandes desafios da saúde pública brasileira. Esse grupo de tumores inclui os de colo do útero, ovário, endométrio, vagina e vulva. O câncer do colo do útero é o mais comum e letal, mesmo sendo amplamente prevenível. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar cerca de 17 mil novos casos da doença em 2025. A cada dia, 19 mulheres morrem no país vítimas de um tumor associado ao papilomavírus humano (HPV), um vírus sexualmente transmissível, mas que pode ser evitado com vacina.

Embora o imunizante esteja disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), a adesão segue muito baixa. Dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI) mostram que, até agosto de 2025, apenas 1,5% do público entre 15 e 19 anos havia completado o esquema vacinal. Entre mulheres de 18 a 45 anos, 42% não sabem se tomaram ou afirmam que nunca receberam a vacina.

O problema ganha visibilidade nesta terça-feira (16/09), durante o 3º Fórum de Conscientização do Câncer Ginecológico, promovido pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) no Salão Nobre da Câmara dos Deputados. O evento reúne especialistas, parlamentares, gestores de saúde e representantes da sociedade civil.

Setembro em flor

Com o tema “Câncer ginecológico em debate: caminhos para a transformação da saúde pública”, o fórum também marca o lançamento da campanha nacional “Setembro em Flor”, voltada para a saúde da mulher.

Os dados que embasam o fórum têm como referência uma pesquisa inédita conduzida pelo Grupo EVA, em parceria com o Instituto Locomotiva. O levantamento revela que 57% das mulheres brasileiras não sabem que o HPV é a principal causa do câncer do colo do útero — mesmo com evidências científicas mostrando a presença do vírus em 99% dos casos.

A pesquisa também aponta que 29% das entrevistadas desconhecem a função do exame de Papanicolau e 49% não sabem para que serve o exame de DNA-HPV, considerado atualmente o mais eficaz para rastreamento da infecção. 

A presidente do Grupo EVA, oncologista Andréa Guimarães, alerta para a urgência da criação de uma linha de cuidado nacional para os cânceres ginecológicos. “É inadmissível que oito mil mulheres morram por ano por um câncer que pode ser prevenido com vacina e exames simples”, afirma.

A presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Angélica Rodrigues, defende o retorno das campanhas massivas: “A vacinação precisa voltar com força às escolas, com campanhas de educação e combate à desinformação. Sem isso, o Brasil não conseguirá erradicar o câncer do colo do útero”, alerta.

O 3º Fórum de Conscientização do Câncer Ginecológico do Grupo EVA será realizado no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília, em 16 de setembro, das 14h às 19h. Para inscrições e mais informações acesse o link abaixo:

www.eva.org.br

* Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza

 




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