Câmara adia votação do PL Antifacção após críticas do governo

por Assessoria de Imprensa


Câmara adia votação do PL Antifacção após críticas do governo
Parlamentares acompanham sessão presencial em plenário. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou nesta quarta-feira (12) a votação do substitutivo ao projeto de lei 5.582/2025, também conhecido como PL Antifacção, para a próxima terça-feira (18). A decisão atendeu ao pedido do relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), que queria realizar ajustes finais e correções redacionais.

A Câmara dos Deputados adiou para 18 de dezembro a votação do PL Antifacção, após críticas do governo federal sobre possíveis retrocessos jurídicos e institucionais. O relator, deputado Guilherme Derrite, solicitou tempo para ajustes finais no texto, que visa criar o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado. O projeto prevê aumento de penas para membros de facções, mecanismos de confisco de bens e monitoramento de comunicações. O Ministério da Justiça alertou que o texto pode enfraquecer financeiramente a Polícia Federal, enquanto quatro governadores de oposição pediram mais tempo para discussão.

Ontem o governo federal criticou o relatório, alertando que o texto poderia gerar “caos jurídico” e beneficiar investigados.

Derrite explicou que o substitutivo, chamado de Marco Legal de Combate ao Crime Organizado, aproveita “boas iniciativas” do projeto original e incorpora sugestões de parlamentares. “O último parecer já está no sistema com vários ajustes que foram realizados”, afirmou. Ele destacou que o texto “nunca foi uma linha de chegada, e sim um ponto de partida”.

O Ministério da Justiça disse que o parecer representava retrocessos jurídicos e institucionais e poderia enfraquecer financeiramente a Polícia Federal e outras forças de segurança. O governo pediu que a análise do projeto não fosse “açodada” e acompanhou com preocupação os relatórios apresentados à Câmara pelo relator, que é secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo.

Motta afirmou que Derrite realiza um “trabalho eminentemente técnico” e que não há interesse em conduzir a pauta de segurança pública de forma precipitada. O presidente da Câmara ressaltou que o substitutivo mantém pontos positivos do governo e agrega mudanças para o novo marco legal. Ele informou que a votação será em pauta única para permitir análise detalhada.

Quatro governadores de oposição ao governo federal também pediram mais tempo para discutir o projeto e alinhar posições dos estados sobre o combate a facções. O adiamento atende a essas solicitações e busca conciliar segurança jurídica e eficiência das forças de segurança.

O substitutivo amplia penas para líderes e integrantes de facções, cria mecanismos de confisco de bens e recursos suspeitos, permite transferência de presos de alta periculosidade e autoriza monitoramento de comunicações de integrantes. O projeto inclui infiltração de agentes em organizações criminosas, uso de empresas de fachada e a criação do Banco Nacional das Organizações Criminosas para cruzamento de dados entre órgãos de segurança.

O objetivo do novo marco legal é enfraquecer a estrutura financeira e operacional das facções e equilibrar a atuação das forças de segurança com as garantias constitucionais.

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